Carlos Boechat
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HOMOFOBIA
24/10/2016 18:45:00
Assistindo aos Jogos Olímpicos em um grupo bem heterogêneo - mais pelo encontro com as pessoas do que pelos jogos, que não entendo nenhuma regra, pude perceber algumas falas que coloquei em suspeição.
Na luta olímpica feminina, o comentário era “nossa essa mulher é mais homem que eu!” Na masculina: “credo esses caras estão se agarrando demais”,  “o cara ficou de quatro e outro chegou por trás”
No vôlei feminino: “a maioria das jogadoras de vôlei são sapatão”.No masculino os atletas conversavam ao pé do ouvido e ouvi um “ih!!! Perto demais”. Claro que todos riram, eu para não ficar um extraterrestre esbocei um leve sorriso, um amigo mais perto vendo minha cara de espanto, disse logo “relaxa é só um jogo”. Ele queria evitar uma fala minha que levaria o riso a uma auto-reflexão sobre esses comentários. Fiquei pensando o quanto incomoda a vida sexual dos outros, o quanto incomoda a expressão de afeto e como essas mexem com conteúdos internos não aceitos. Aludem que uma simples expressão pode ser um conteúdo sexual e assim algo proibido, principalmente se for do mesmo sexo.
É sabido que homens que agridem e matam homossexual o fazem por não suportar o próprio desejo que a presença física do outro vem trazer. Destruímos o espelho em vez de nos olharmos. Claro que esse tipo extremo de homofobia é algo monstruoso e que precisa ser punido como qualquer outra violência a um ser humano. Mas fico pensando se a homofobia que citei acima não seria algo muito serio. Através da risada, da aceitação muda fortalecemos a homofobia não explícita que constrói e corrói o pensar, e aceitar próximo. Lembrando que através desses comentários, também expressamos nossos preconceitos de cor, de beleza principalmente em uma Olimpíada que temos varias nações, com seus biótipos e características próprias. Olharmos e tecermos comentários tão discriminatórios estamos dizendo que o nosso valor de beleza, moral e costumes é melhor que o outro, e dessa forma, distanciamos a ponto de não darmos um bom dia e até matarmos nas ruas e nas guerras. 
Por outro lado a Olimpíada nos deu a oportunidade das diferenças e tenho certeza que, apesar dos comentários ouvidos, muitos aprenderam com a diversidade. E  ao compartilhar os ganhos de nossos atletas, pasmei ao ver os que proferiram comentários homofóbicos, se abraçando, se beijando...Comigo pode... Comigo está certo, é seguro, mas com os outros...
CRIANÇA MOÇA OU ...
24/10/2016 18:29:06
Estive em festa de família e, na oportunidade, revi as varias gerações de primos. Dentre estes estava uma prima da 3ª geração, com 4 anos, muito comunicativa, provocadora e por assim o ser o centro das atenções por onde passava. Como todos colocavam-na no centro não pude deixar de me ocupar com ela. 
Em sua fala bem articulada, com uma fraNqueza e ironia capaz de virar personagem de desenho animado americano (Simpson).  Por exemplo, falava para minha Irmã com 58 anos que ela está velha e muito enrugada. Sua mãe não sabia aonde colocar a cara e resolveu sair de perto deixando as coisas acontecerem. Um comportamento que me chamou atenção é a quantidade de vezes que passa batom, olha no espelho de bolsa, passa gloss; em curtíssimos espaços de tempo. Parecia até um toc. Percebi o quanto era estimulada pelos adultos ao redor por essa atitude. Admiração, falas que a colocam no centro da atenção, até as chamadas educativas eram para ouvir a decisão dela e o adulto acatar. Fiquei impressionado. Depois veio as músicas e sensualidade dos passos, os movimentos de mãos e cabelos, os olhares para quem  a observava, a parceria de dança que os adultos faziam. Enfim, tinha hora que não dava para saber se era uma adulta pequena ou uma criança que não era criança.
Pensei na época da “dancinha na boca da garrafa” que havia platéia para ver crianças executar tamanha destreza erótica. Depois mães e tias admiradas não queriam que suas filhas tivessem beijos e sexo tão cedo. Importante dizer que não é porque uma criança brinca de adulto que ela terá sexo mais cedo. Mas acredito que o crescimento com essa percepção de mundo, naturaliza  e antecipa os conceitos eróticos que deverá aprender na adolescência. Tudo tem uma causa. Nada é da própria criança como costumo ouvir. Essa, do meu exemplo, tem um irmão que é a vida do avô. Para ele não há medida de diversão, brinquedos e afetos muito bem demonstrados. Quando perguntei sobre essa preferência o avô me disse que o neto homem era com ele e que as meninas eram com a avó. Comecei a entender. Ao ver a avó, uma mulher de 59 anos mais enfeitada que arvore de natal... Continuei entendendo...
Acredito que criança tem que ser criança. Descobrir o mundo ao seu redor, brincar, imitar seus amores paternos, lidarem com a competição entre irmãos... Tudo normal... Posso ser antiquado, mas penso que uma criança de qualquer sexo, que é estimulada desde cedo a desempenhar um papel de uma idade que virá, pode desenvolver a necessidade de novos comportamentos quando esse futuro chegar. Não é por menos que o IBGE apresentou resultados de pesquisa que 27,4% dos alunos até o nono ano (14 anos) já tiveram pelo menos uma experiência sexual. Assustador, se lembrarmos que essas relações são sem proteção e que o número dos portadores de HIV que mais crescem no país estão na faixa etária dos 12 aos 24 anos....
A vida sexual na mais tenra idade torna-se um risco a saúde pública. Pais que não se ocupam com seus filhos crescem em número. Já ouvi em meu consultório mulheres que querem ser mães para “ser igual a todo mundo” e ser incluída nas festas sociais de suas amigas. Não pode dar certo esse modelo de amor....
Precisamos brincar com nossas crianças. Conversar com elas. Saber o que pensam em que acreditam. Conhecer suas amigas e as casas que elas frequentam. Precisamos nos importar e , leitores, amar dá muito trabalho. Amar uma criança muito mais... Precisamos ter ações que demonstram nosso amor... Nossa importância. 
 
MULHERES QUE SABEM O QUE QUEREM
24/10/2016 18:04:44

 
Convidado pela amiga Jacqueline Barros, a fazer uma palestra na Casa Cor 2016, com o título “Encontro de Dois” imaginei, primeiramente, uma estrutura formal, com microfones, multimídia enfim, todos os recursos que estou acostumado em minhas atividades. Qual surprese que o ambiente era um lounge  de um café, hiper aconchegante, informal e muito acolhedor decorado de forma a auxiliar o encontro... Tão difícil de se ver e sentir nos dias apressados que vivemos.
 
Enquanto aguardava o inicio observei os participantes e tentava sentir como expressar  o conteúdo preparado. Mulheres lindas, de varias faixas etárias sendo que sua maioria acima dos 40 anos, muito bem arrumadas, elegantes, sensuais  e profissionais da arquitetura e decoração. Debatemos sobre vários assuntos afetivos e sexuais. Varias declararam o quanto estavam certas de não precisar de homens para o prazer sexual, mas que a companhia e ter com quem conversar é muito importante. Mulheres que são independentes economicamente passaram por vários relacionamentos, carregam dores emocionais, e especialistas em fazerem escolhas com amor e dor. Coisa de humanos, e como elas são humanas. 
 
Uma historia de amor nos foi contada. Uma delas com mais de 60 anos, procurando músicas para o neto, encontrou um CD do primeiro amor. Admitiu e seu marido sabia quando casou que este primeiro amor era e é o grande amor de sua vida. Agora viúva, seu neto foi a razão da busca. Ao perceber que as músicas que foram feitas pelo amor durante o namoro estavam ali gravadas. Tremeu, voltou toda a ansiedade, as memórias das dores e amores...e..incentivada pela família, ligou e do outro lado, ao ouvir a voz , a reconheceu 27 anos depois. Conversaram e namoraram no virtual, marcaram um encontro real, e segundo ela, ficaram uma semana em um hotel, conversando e fazendo amor como nunca o fizeram. Suas sensações corporais, seus orgasmos extremamente intensos e a emoção de encontrar um amor antigo e esquecido, fizeram sentir-se como uma adolescente. Para ela o tempo voltou ao período que se conheciam e se separaram. Roupa suja lavada e decidiu se ver uma vez por mês pois ambos são expoentes em suas profissões em Estados diferentes.
 
As mulheres que ouviam ficaram admiradas com a magia do encontro. A possibilidade de reencontro reacendeu a esperança oculta  de novos amores, aquecimento dos seus e o fortalecimento de novas modalidades de melhorar a vida amorosa e sexual. Em qualquer idade o amor e o sexo podem e devem acontecer. Refletir sobre o que fazemos com nossas vidas, as escolhas que nos separam ou nos distanciam de nossos amores e de nossos sonhos. Desde a criação de filhos, acompanhar marido ou mesmo a vida profissional precisamos saber dosar as obrigações de nossas necessidades mais íntimas. As mulheres ainda carregam culpa por escolherem a se dedicar ao trabalho e a sua vida pessoal e não conseguir ser 100% na maternidade. Realmente, não dá pra ser 100% em tudo. Escolhas....escolhas...mas podemos sim adequar, conversar, combinar com filhos e maridos, as divisões das atividades do lar, as prioridades, os momentos individuais. Acredito que bancar de Deusa remete a solidão e a frustração, punição inevitável para quem não se sente e se respeita.
 
"SÓ AÇÃO TRAZ ALIVIO"
05/07/2016 21:29:42
Sábado  (03/07) foi lançado em Vitória o Livro “Só ação traz alivio” do psicólogo e amigo Enéas Lara, no qual tive a honra de prefaciar. A noite estava ótima com excelente coquetel e amigos em torno do ótimo profissional e escritor. Homens e mulheres muito bem arrumadas e de belezas ímpar em um só lugar. Até pensei que estava em reunião diferente, até vê-lo na mesa de dedicatórias. E foram muitas.....até cansei ao vê-lo fazer tantas.

Fiquei a pensar no titulo e no conteúdo do livro na questão da sexualidade. Na clinica psicológica ouvimos os lamentos, as dores e as inadequações sexuais das pessoas e, por mais que as mesmas estejam empenhadas em melhorar a si mesmas, percebo a dificuldade em dar o primeiro passo. A Terapia Sexual – trata das disfunções sexuais, usa como ferramentas terapêuticas, técnicas a serem executadas em casa, pelo paciente e dessa forma reorganiza e/ou aprende ações que levarão a supressão da disfunção que tanto o atordoa.
 
No início é estranho, parecendo que o terapeuta enlouqueceu ou está brincando mas aos poucos com a consciência da ação e seus resultados o benéficos essas novas ações incorporam ao padrão de comportamento e um novo ser surge.....aliviado.  
 
Pessoas com fortes repressões sexuais por motivos morais ou religiosos tendem a ficar presa na “não ação” o que de certa forma,  é uma ação. O medo nos paralisa ou faz com que evitemos comportamentos contrários ao comando original (interior). A psicoterapia tem a função de levar o individuo a compreender seu processo sócio-histórico, tomar consciência que a historia de sua família não é a sua, que as crenças introjetadas na infância não servem mais para o dia atual e....com muita dificuldade fazer ações que mostre novas possibilidades de viver com prazer e alguma felicidade. Mas, se não houver ação, as coisas continuam no mesmo lugar. Por ex. se você ler um livro de auto-ajuda, nos primeiros 15 dias que terminou o livro você se acha uma nova pessoa, tudo está claro, projetos são desejados e construídos mas...se não houver ação, tudo volta a ser como antes. E assim vamos  nos enganando ou nos motivando para novas tentativas, sem sucesso mas seguro que está tentando.
 
Na vida sexual acho que não pode ser assim. Sexo é amor, é interação, é compromisso, cumplicidade, enfim, um conjunto de sentimentos e sensações que só tem sentido na AÇÃO. Teorizar o beijo, reproduzir cenas de filmes amorosos ou pornográficos, podem no início até ajudar quem não sabe o que fazer, mas somente a prática do sentir o cheiro, a suavidade do beijo (ou força), a silueta do corpo amado, e o crescente prazer que leva ao orgasmo leva a realização e a felicidade momentânea do encontro prazeroso. E o continuo desse momento feliz nos capacita a continuar na ação da felicidade. Pois esta, para mim, só é possível no movimento. Meditar, orar, pensar embora possam serem executados em quietude, mas é ação interna.  
 
Dr. Enéas Lara, além de exemplificar o caminho do alivio que é prazer e felicidade, nos oferece uma maneira prática, racional para atingir. Pode ler e nada fazer ...é um livro bem escrito mas ficará na prateleira como todos os outros , mas se executar as sugestões podemos modificar a própria vida, com dificuldade é claro, quem disse que seria fácil o viver?!  Mas bem possível.Não é um livro de auto-ajuda nem um livro sobre sexualidade, mas é sobre o viver bem e a isso tudo é englobado.
 
Você está carente de sexo? Você esta carente de um bom beijo na boca? Você esta carente de um abraço apertado, sincero que diz que  é importante? Então...pára de ler esse artigo e vá à pessoa mais próxima e age....assim...terá um alivio.
 
 
 
CASAMENTO
13/06/2016 15:09:36
 
Neste sábado casei minha primeira sobrinha (Tainá) seu noivo o Mickael, é canadense e veio com um séquito de 18 amigos e parentes. Parecia uma reunião da ONU aonde se falava o inglês, francês, espanhol e o nosso português. 
 
 
 Na preparação das bodas de casamento buscamos a perfeição nos mínimos detalhes. Não podemos deixar ninguém falando mal de nossa festa.....de nosso sonho. Afinal não se torna princesa e príncipe todos os dias. Essa é a única forma da burguesia virar nobreza e sonho de ser especial e importante se realiza. Para isso todos os esforços são feitos, gastamos em uma festa o que daria para mobiliar o futuro apartamento, ou pior saímos do “baile do Castelo”para irmos à quitinete alugada aonde viveremos nossa vida de amor verdadeiro, bem real.
 

O rito do casamento é muito importante, independente da cerimônia ser religiosa, pagã ou um juiz de paz. O rito nos coloca em contato com o Sagrado de cada um e fortalece nossas crenças no amor eterno, tão bem apregoada pelo amor romântico medieval.
 
 
 Mas precisamos tratar da essência. O noivado é o período especial para que os candidatos se conheçam na intimidade da rotina. Para que cada um busque na família de origem de seu parceiro as semelhanças e diferenças que suporte ou que não suporta. Como diz o ditado: “se queres saber como será sua mulher (homem), conheça bem sua sogra(o).” Como todo ditado, contem algumas verdades. Todos nós trazemos de nossa família de origem um padrão de comportamento. Podemos detestar algumas atitudes de nossos pais, mas de uma forma ou de outra as repetimos. Ou os rejeitamos com tal força que criamos um comportamento rígido de difícil convivência. Casamos com um “contêiner” de mitos, hábitos, que entrarão em nossa casa no dia seguinte à lua-de-mel. Por isso, precisamos conversar muito, observar bastante, conviver com toda a família, fazer questão de visitar os parentes em outras cidades, enfim, conhecer a teia familiar que ambos estão entrando. Sem ilusões, ou lamentos!
 
 
Quanto à atividade sexual, hoje pouco se pode falar. Na maioria das uniões o casal já se conhece sexualmente e já tem condições de avaliar se a performance do outro satisfaz e é adequada às suas necessidades. A modernidade oferece melhores condições de escolha.
 
 
É muito comum em terapias de casal, ouvir a fala de que “eu achava que após o casamento as coisas iriam melhorar”, ledo engano – pioram. A literatura especializada mostra que os defeitos na solteirice tendem a dobrar após o casamento, pelo fato do cotidiano, tirar os véus da ilusão do amor perfeito, do “felizes para sempre” e a rotina com os afazeres cansativos impedirem o encontro, o beijo molhado, as falas mansas e românticas. Nossas diferenças  ficam cada vez mais claras e por isso parecem novas, mas sempre existiram.
 
 
Conversar, olhar o outro com mais racionalidade não mata o amor, ao contrario, dá condições para que ele sobreviva melhor. Romantismo sempre, mas realidade no entorno. Às vezes, ir a um psicólogo para uma avaliação do casal pode ajudar a conhecer as arestas e aprender a lidar com elas, caso não possam ser removidas.
 
 
Até exames pré nupciais são importantes. Se um dos pares é estéril como ficará o sonho do outro sobre criação de filhos. Doenças genéticas familiares também precisam ser pesquisadas para que a escolhas estejam dentro de algumas possibilidades.
 
 
Mas, por favor, não desistam após ler esse texto. O casamento vale à pena, viver a dois é muito rico para o desenvolvimento emocional de cada um. Ter filhos dentro da possibilidade de amá-los e criá-los é muito enriquecedor. Faz-nos ter razão para voltar para casa, trabalhar muito para um passeio nas montanhas, ver o crescer do “filhote”se tornando um igual a nós. Ciclos da Vida!
 
 
Vale à pena! E quem quiser tentar, desejo Felicidades!
 
APOSENTADORIA E SEXUALIDADE
15/11/2015 16:33:03
 
O período da aposentadoria na maior parte das vezes faz parte de um ciclo da Vida. Geralmente o aposentar-se após os 50 ou 60 anos, embora saiba que existam pessoas que irão se aposentar mais cedo e outras mais tarde e algumas, como eu, que nunca aposentarão.
 
Esse período é marcado para um grupo de pessoas como o “descanso merecido”, como  “premio” e para outros como um “castigo”. Durante o período laboral fazemos grupos de amigos, temos rotinas, desafios, metas e tudo isso dá sentido e gosto pelo que fazemos. Durante esse período, criamos filhos, investimos no futuro que agora chega, casamos, enfim construímos o que chamamos de Vida. 
 
Quando vem o encerramento do trabalho de anos, estamos na idade em que os filhos já foram criados, os investimentos já foram feitos, estamos cansados dos desafios, metas e rotinas e sonhamos em sermos donos do nosso tempo. Contudo a ruptura de anos ininterruptos tras consequências  emocionais e sexuais. Sendo assim acredito que precisamos preparar para a aposentadoria. 
 
Desenvolvo trabalho em empresas tratando desse tema e conversando como os futuros aposentados; percebo  que, em sua maioria, eles não sabem o que farão com o resto de suas vidas. Deixam acontecer para depois decidir.  Sugiro que repensem e planejem suas Vidas que virão.
 
Mudanças aconteceram, por exemplo, na família: seus filhos ou seu cônjuge não sabem o que é ter você em casa todos os dias, mudando a rotina de anos que você não acompanhou. Você provavelmente não concordará com as ações que eles executarão.  Na empresa que trabalhou se você quiser  matar a saudade, será exigido um crachá, preencher um formulário de acesso por um funcionário que você conversou por anos. Parecerá um estranho. 
 
Para os homens a perda do poder e status que o trabalho proporciona, além da diminuição salarial, poderá trazer problemas  sexuais. A perda eretiva e a falta de desejo são comuns nessa fase. O sexo está muito ligado ao poder.  As brigas mais frequentes com a esposa, a preguiça diária, o desistir de sonhos tudo isso e muito mais traz certa depressão emocional que traduz na sexualidade.  Desenvolver novas rotinas, trabalhos remunerados ou não que expressem seu desejo, atividades com a parceira- construir um novo casamento com a mesma mulher pode ser muito importante para o sexo. 
 
As mulheres nessa fase coincide com a menopausa que é a interrupção da ovulação. É comum seus hormônios diminuírem interferindo no apetite sexual. Reposição hormonal e prática de exercícios físicos melhoram em muito sua performance sexual. Geralmente, a mulher sempre tem muitas atividades paralelas enquanto desempenha sua profissão. A aposentadoria para elas e uma ótima possibilidade para fazer outras coisas ou fazer melhor as que já desempenhavam.
 
As mudanças são inexoráveis, precisamos nos motivar e nos reinventarmos sempre. Parar de sonhar, de desejar é o inicio do envelhecer. Manter atividades físicas e intelectuais, aumentar as carícias, as possibilidades de contato e de trocas afetivas é nos manter sempre jovens mesmo que as rugas, flacidez do tempo queiram nos denunciar. 
A Vida é para sempre, depende como você irá utilizar o que tem! 
NOVEMBRO AZUL
10/11/2015 20:45:15
 
 
Ao ler o sempre lindo texto de nossa Musa Maria Sanz Martins na Edição da Revista AG do dia 08 de novembro resolvi escrever sobre o tema. Já que não tenho pelo para um bigode contribuo com o que posso. Sou muito falante então também resolvi falar com o maior número possível de homens sobre a necessidade de se cuidar.
 
 
Maria em seu texto relatou muito bem a dificuldade que os homens têm de fazer exames preventivos, hemogramas anuais. O conceito machista de nossa cultura sobre o homem de verdade é o homem forte, que não chora,  que não sente....que não morre! Um verdadeiro super herói. Vemos isso nas guerras, no trânsito, na violência urbana e nas mortes por doenças que poderiam ser evitadas. O número de homens em comparação com as mulheres são sempre maiores. 
 
 
Vi no Facebook um filme com a cena de vários homens acima dos 50 anos na praia com olhares medrosos, ansiosos, pânico mesmo, correndo de um dedo que supostamente iria fazer o exame de próstata. As pessoas curtem e riem....mas por traz disso, no meu entender, fica subentendido o medo, a fuga do exame como se  a inserção digital no ânus fosse a destruição desses homens. A ideia pode ter sido com boa intenção, mas aumenta a rejeição. 
 
 
Na construção de nossa cultura, desde os antigos gregos, a penetração no ânus significa submissão, diminuição do ser homem (masculino). Ficando a mulher (o feminino) no lugar do penetrado e submisso, dessa forma tudo que se aproxima do que é instituído como feminino é rejeitado pelo homem tradicional, tais como: emoções, trabalhos domésticos, cuidados com os filhos, costurar, choros e  recebimentos de carícias nas nádegas ou ânus. Claro que tudo isso está mudando e esses papeis sexuais estão cada vez menos rígidos trazendo mais leveza e felicidade ao ser homem. Homem de Verdade é também o homem que sabe o que se é, homem de verdade é aquele que se cuida, se respeita e aceita as dimensões humanas que todos nós somos constituídos independentemente de nossas preferencias sexuais. 
 
 
Importante lembrarmos que o toque na próstata é importante para o diagnóstico da alteração nessa glândula, mas antes de o fazer podemos verificar o PSA através de exames de sangue e dessa forma verificarmos algum tipo de alteração, podemos fazer ultra som abdominal que mostra alteração de tamanho da próstata e conversando com seu médico vê-se a necessidade do exame retal. As brincadeiras que escuto dos homens sobre isso é sempre com conotações homossexuais, como se o exame fosse despertar ou transformar o ser heterossexual. Apertar um “botão” (duplo sentido) como sendo um para fazer e outro para desfazer automaticamente. Não se vira homossexual, se é!
 
 
Já fiz exame de próstata e asseguro aos leitores para não se preocuparem. Não há dor, não há sensação prazerosa e é tão rápido  e técnico que não suscita fantasias sexuais em quem quer que seja! Pode acontecer que ao estimular a próstata aconteça uma pequena ereção e isso não é indicativo de algo sexual e sim reação normal do nervo prostático que influência na ereção. São poucos minutos de um possível constrangimento para anos de tranquilidade e saúde. 
 
AO MENOR SINAL DE AMOR, RETRIBUA.
11/09/2015 12:48:05
AO MENOR SINAL DE AMOR, RETRIBUA!
DESEJO SEXUAL
01/06/2015 11:18:22

Por que o desejo sexual ou o tesão alteram com o tempo ou quando temos uma decepção com nosso amor?

O desejo sexual é um sentimento do prazer. Precisamos estimular nosso cérebro através de fantasias, pensamentos e percepções como o tato, o cheiro, a visão. Cada um é estimulado de acordo com suas construções emocionais e familiares. Por exemplo, a fantasia de uma langerie pode despertar desejo em uma pessoa e em outra não.

Como todo estímulo físico a repetição do mesmo tende a diminuir a força da resposta. Se você beija no pescoço e seu parceiro adora, não poderá fazê-lo sempre e da mesma forma, pois assim terá o risco do beijo nada mais representar.  Como passar dos anos e a mesma atitude erótica o desejo e o prazer diminui. É necessário alterar a frequência e intensidade com que se faz, ou fazer variações intercalando os tipos de toque.  Tendemos a manter aquilo que é bom ou que está dando certo. Mas no sexo não pode ser assim. Precisamos de vez em quando fazer diferente, inovar, nada muito inovador do que se gosta ou se permite, mas pequenos detalhes podem fazer diferença.

Quando estamos tristes nosso desejo sexual diminui uma vez que hormônios e neurotransmissores estão acionados para lidar com o medo, com a sensação de perda ou mesmo com a ameaça física que uma briga pode trazer.  Decepcionar com o nosso amor nos remete a um lugar de distanciamento, de negação das estimulações e até mesmo da permissão de sentir amor, atração e pele. Ficamos um pouco congelados em posição de defesa contra um possível inimigo, real ou imaginário e nessas circunstâncias não dá para desejar, buscar prazer.

A primeira coisa que devemos fazer é acertar as relações amorosas ou como dizem: “Temos que estar bem em pé para ficar bem deitado”. Uma boa conversa sem críticas ou cobranças, mas com propostas reais e possíveis de serem feitas. Lavar a roupa suja de uma vez sem ficar trazendo a cada encontro uma mágoa antiga diminuindo a possibilidade de amar em um sofrimento interminável. Depois de tudo esclarecido, às vezes é necessário dar um tempo para cada um. Ficar próximo sem exigir carícias ou sexo, embora para algumas pessoas o sexo ajude a resolver as dores das discussões. Mas cada ser é diferente, precisa saber como seu parceiro funciona e ter a paciência e humildade de esperar o outro. Importante lembrar que esperar o tempo do outro não é ficar no silêncio, ou com cara fechada ou insinuações irônicas que pode irritar e retroalimentar a dor sentida. Chamegos, suaves caricias e aos poucos o convite para o sexo são caminhos para consertar o ocorrido e aumentar o desejo que foi sentido.

Quando o sexo acontecer, no tempo de cada um, deve ser suave e intenso entregue as possibilidades. Sinta o cheiro, a pele e deixe que seu corpo reaja ao bom e ao belo do Encontro. 

FALTA DE INTERESSE?
30/03/2015 20:17:54

“Sou casada há dois anos, no início do casamento eu e meu marido tínhamos uma vida sexual prazerosa. Engravidei, nossa filha nasceu e desde então ele não tem vontade de ter relações. Já conversamos várias vezes sobre o assunto, mas nada. Fazemos amor somente uma vez no mês e quando ocorre parece que é por obrigação, temos um relacionamento muito amigável, somos realmente amigos, mas na cama nada... me ajuda por favor, o que fazer?”

Infelizmente não tenho uma resposta única para dar a nossa leitora, e tenho recebido muitos e-mails com problemas semelhantes acrescido da internet interferindo na vida amorosa e sexual do casal.

Dois anos de casados ainda é muito cedo para iniciar a rotina ou a perda do desejo sexual, não sei se esse casal já vivia juntos antes do matrimonio ou se é de um namoro e noivado longo tendo atividade sexual por muito tempo. Vamos focar apenas no texto.

Com dois anos de casado, via de regra, o casal está na fase das descobertas, na fase de adaptação para o novo estilo de vida – aprendendo a ceder e a compartilhar espaço. É o momento que o casal constrói novas relações sociais, fortalecem compromissos e começa a planejar e a executar os projetos idealizados. Nesse caso nossa leitora ficou grávida exatamente nesse processo dificultando a concretizações e vivências das etapas necessárias. Pode ser que a gravidez tenha sido desejada fazendo parte desse planejamento, pode ser que não. O sintoma apresentado de falta de interesse sexual do parceiro após a gravidez oferece a possibilidade da ausência desse planejamento atrapalhando os sonhos ou outros interesses do marido.

No consultório encontrei casos de homens que após a gravidez da esposa perderam o interesse sexual por ver a mulher como mãe, por rejeitar o cheiro do leite materno e por não saber dividir atenção da esposa com o filho, sentindo-se rejeitado. Há casos também que a mulher se dedica demais a criança esquecendo que é mulher e fêmea. Esquece-se de arrumar, deixa de ter vaidades, muda a forma do corpo que tanto atraia seu parceiro e dessa forma os estímulos sexuais vão diminuindo até findar. Algumas, inconscientemente, queriam somente ter filho e após atingir o objetivo o sexo-prazer deixa de ser central em sua vida.

O texto nos diz que eles são bem amigos. Pode ser que o casamento tenha virado isso – amizade. Para esses casos a psicoterapia de casal é extremamente importante afinal precisamos ver o que sobrou desse casamento, quais as implicações que a maternidade/paternidade modificaram a relação, e qual o real interesse das unidades conjugais na reconstrução do novo casamento. Sim! Quando se tem o primeiro filho o casamento modifica significativamente e nem sempre o outro dá conta desse processo. 

SEXUALIDADE DO JOVEM
27/10/2014 16:42:22

Todos os anos venho trabalhando com jovens em Instituição de Ensino particular desenvolvendo trabalho de orientação a sexualidade humana em um projeto intitulado “Sexualidade com Responsabilidade”. Com jovens do 6º ano do ensino fundamental ao 1º ano do ensino médio. Cada série com linguagem específica para a idade e com temas também adequados aos interesses dos alunos.  Percebo o quanto tem sido gratificante ver as mudanças de consciência corporal, respeito ao outro no decorrer dos anos e das turmas trabalhadas. Mas...

No 9º do Ensino Fundamental (13/14 anos), já se percebe o interesse por atividades como o primeiro beijo que eles chamam de tirar o BV(boca virgem), percebemos o inicio dos namoros e de toques mais íntimos inclusive sexo oral. Fica explicito que os rapazes estão assistindo filmes pornográficos e acreditando ser a verdade as cenas sexuais, passiveis de serem reproduzidas.  Perguntas fora de sua realidade e contexto em que vivem demonstram a informação desacompanhada do entendimento das cenas assistidas. As moças, tentando aprender a serem sensuais atrativas e muitas vezes inseguras e com alto estima baixa quando não conseguem nas festas “ficar” com alguém. Uma ditatura de comportamentos que não ajudam só desespera.

No 1º Ano do Ensino Médio a cada ano que trabalho na escola percebo um aumento de intimidade. Encontramos jovens tendo atividade sexual com seus namorados, geralmente escondido de sua família, moças tomando pílulas do dia seguinte como se fossem analgésicos, causando enormes transtornos à sua saúde. Rapazes não utilizando camisinha mesmo sabendo dos riscos e necessidades das mesmas. Por causa disso as estatísticas de contaminação com o vírus HIV crescem nessa faixa etária.

Acredito que os pais precisam se importar um pouco mais com o que seus filhos fazem. Sugiro que saibam realmente onde eles estão que busquem essa certeza ligando para o local aonde o jovem disse estar e lendo um pouco sobre sexualidade e adolescência para poder abrir o diálogo e poderem educar seus filhos baseados em fatos reais agregados aos valores morais e religiosos de cada família. Eles dizem que tudo sabem, adoram mostrar que somos ultrapassados, mas mesmo com o “mestre Google” eles precisam entender a informação e isso o “mestre” não proporciona. Assistir os filmes com os filhos, ir a algumas festas para sentir o ambiente, dar festas em casa para trazer os amigos para perto, ouvir suas músicas, enfim, “entrar na deles”. Pode não parecer, mas eles estão muito sós nessa caminhada afetiva sexual. Os jovens tímidos sofrem muito por não terem condições de competir e expressar como os outros, levando a depressão e suicídio nessa idade tão bela e conturbada. Os mais ousados perdidos com seus excessos, acreditando que tudo podem que valores morais não têm importância e que o corpo pouco significa.

Creio, também, que em épocas anteriores também eram assim, mas outrora não tínhamos tanto acesso a informações e possibilidades de encontro. Precisamos olhar com atenção nossos filhos apesar do nosso cansaço e falta de alguma esperança. 

ROTINA SEXUAL
27/10/2014 16:23:54

“Eu e meu marido tenho 60 anos, casados há 35 e recentemente peguei ele em sites pornográficos e de relacionamentos. Até aonde sei não ocorreu encontro. Isso perturbou muito minha segurança mas melhorou nosso relacionamento sexual. Por quê isso acontece?”

“O amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual... o amor é uma coisa mais profunda que uma transa casual...” (Belchior)

Bonito ver que casais que prosseguem na Jornada da Vida. Em um mundo cada vez mais descartável e de pouca resistência à frustração vocês estão vencendo mais uma etapa. Casamentos longos têm historias de sabores e dissabores e sabedores de que a cada dor, por escolha, vamos cuidar um do outro mesmo com ódios, rancores. Há algo maior que tudo isso. O Amor; a escolha!

Nossa cultura prega uma certeza de que basta casar, basta ser sacralizado que o felizes para sempre acontece, como magia. Pouco se ensina a resistir à frustração, pouco se ensina os valores da parceria e cada vez mais a perenidade das relações torna-se o “normal” Mas vamos escrever aos heróis da Jornada.

O homem, via de regra, é muito visual para ter uma excitação sexual e necessita também de desafios e conquistas para sentir-se forte e viril. A mulher precisa ser cortejada, ser acariciada para sentir-se excitada. Com o passar do tempo, a diminuição do hormônio, a rotina e a visualização continuada do mesmo corpo tendem a enfraquecer o Desejo sexual e como consequência a pratica do sexo.

A busca de pornografia ou de sites de relacionamentos é uma forma do homem sentir-se mais excitado, tendo ou não contato físico. Às vezes só a visualização, a fantasia de uma possível conquista o faz motivado a buscar sua parceira ou mesmo resolver sozinho seu tédio sexual. O casal precisa ficar atento quando a prática sexual começa a ficar distante e sem graça. Brincadeiras, conversar sobre novas formas de amar e de excitar são necessárias. Não existe velhice para o sexo. Se ambos são saudáveis o sexo existirá, sempre. Mas para tanto o aumento da excitação e do desejo se faz importante.

O casal de muitos anos de convivência passou por tristezas, por problemas emocionais, financeiros, com filhos, perdas, em fim, um número grande de lutas e vitórias... Agora que a vida acalmou, filhos cresceram, problemas diminuíram, é chegado o momento de incrementar o sexo. Cursos de sensualidade, dança de salão, viagens e exercícios físicos a dois enfim, viver um para o outro com o foco de melhorar.

O corpo envelhecido guarda sabores e belezas que necessita ser explorado e aproveitado no seu potencial, sem comparações que geralmente são negativas e catastróficas. Brincar, rir, e toque... muito toque....das mais diferentes formas. Ver filmes eróticos juntos ou separados, mas sem o segredo que fere. Apenas o olhar da cumplicidade sabendo o para quê da exposição visual.

Acredito que quando um casal percebe que pode “nadar e morrer na praia” impulsiona a sobrevivência necessária de tão bela conquista. Vaidades a parte. Busquem-se. Apaixonem-se pelas possibilidades. 

PERDA ERETIVA
27/10/2014 16:06:56

 “Tenho 22 anos e desde o s 17 tenho perdas eretivas eventuais. Quando consigo ter ereção continuada não consigo ejacular. Só o faço com masturbação.”

 

Nosso leitor fala sobre ansiedade de desempenho e como sintomas temos a perda eretiva e a falta de orgasmo ou ejaculação como ele mesmo diz.

Quando falamos tecnicamente assim, não imaginamos a dor e o sofrimento que esse jovem está passando. Pelo e-mail que não reproduzi totalmente, o sofrimento dele perpassa a duvida em sua masculinidade quando pensa que pode ser um homossexual sem perceber até mesmo um inicio de depressão com possível supressão da vida. Perder a ereção ou não ser homem ,como ele pensa, é a completa nulidade do ser masculino. Sente-se, menos homem sem vontade de namorar de ficar com garotas por medo de falhar e ser ferido no que mais tem de sagrado – “O ser homem”.  Pelo que percebi , e posso estar enganado, e por isso sugiro uma psicoterapia o mais rápido possível,  nosso jovem desenvolveu sua perda eretiva na relação emocional com sua mãe. Relata que ela dizia sempre que ele não servia para nada, que fazia tudo errado, que ia ser um fracasso na vida. Essa “maldição” materna ecoa no seu interior de forma avassaladora. Penso que ele fica o tempo todo tentando mostrar para ele e para a sua mãe interna que ele serve para alguma coisa; que é o bom. Estuda muito, tira notas altas apesar do seu déficit de atenção e na universidade tenta ocupar todos os cargos estudantis. Se tornando muito visibilizado e desejado pelas colegas universitárias. Ele seria o tipo do rapaz “popular”, atraente, comunicativo, ou seja, o protótipo do homem desejado, e ele, por saber disso, acredita que tem que ser o melhor homem na cama, afinal, elas esperam isso dele.

Para ser sinceros leitores, tenho receio da integridade física desse que nos escreve, a possibilidade de uma depressão e possível suicido me aterroriza, afinal ele não está submetendo-se a cuidados psicológicos e psiquiátricos. Não se sentir homem, não se sentir potente faz com que muitos se sintam nada e o nada leva a anulação da vida.

A historia de vida de castração de sua potencia emocional pela figura materna, parece estar levando-o  a desenvolver uma ansiedade tão intensa frente a figura de outra mulher, a necessidade de agradá-la como não conseguia agradar a sua mãe, que desenvolve ansiedade intensa  e como consequência a perda eretiva. Sua dificuldade de gozar ou de ejacular demonstra sua intensa ansiedade mesmo quando consegue diminui-la a ponto de obter uma ereção. A ejaculação retardada é uma consequência de ansiedade assim como a ejaculação precoce.

Nosso leitor precisa urgentemente buscar ajuda terapêutica, e se estiver lendo esse texto, evitar a todo custo relações sexuais. Digo isso, pois a cada perda eretiva que tiver maior será sua angustia e ansiedade. Brincar, fazer sexo não genital, ser gostoso na cama para as moças que o querem pode passar por intensas carícias, sexo oral, digital e principalmente pedir que o acariciem por muito mais tempo, como se fosse fantasias sexuais.  Prestar atenção no prazer que parte do corpo recebe pode ajudar muito nessa fase.  E, se conseguir, tentar não pensar na ereção, não desejar ser o bom de cama, mas sim o cara legal, amigo, bonito e simpático que construiu em suas relações sociais.

 

 

O EROTISMO DE CADA UM
08/09/2014 22:28:26

Fui à exposição do artista plástico Atílio Colnago que se encontra no Palácio Anchieta e assim compartilho com vocês minhas sensações sobre as obras.

Falar das próprias emoções e sensações requer cautela e coragem. Vivemos na época dos sentimentos líquidos e filosofias facebookianas onde a intimidade e valores pessoais se tornam banais e a essência das coisas viram demagogia ou caretice. Importante lembrar que ao ver uma obra de arte as emoções e interpretações são somente de quem a vê. Nem o artista que a faz pensa da forma que o público enxerga. Compartilho e convido a irem sentirem as próprias.

Atílio é um artista ímpar. Cheguei perto dele e perguntei o que ele quis dizer com uma determinada tela, imediatamente ele disse: Nada, mas me deu uma aula de como se faz e como as cores, traços acontecem como se eu fosse um aluno da Graduação. Ouvi emocionado, aproveitando a oportunidade de aprender algo tão distante de minha realidade.

Ao entrar na exposição o Sagrado, a Paixão e a Sensualidade e porque não as dores do Amor se fazem presente a cada momento, basta ter olhos para ver. As telas com a temática Sagrada nos trás emoções da dor dos vários tipos de amores, das abnegações e resignações das escolhas amorosas que fazemos ou que fizeram na historia da humanidade.

Os desenhos e telas de São Sebastião nos mostra a sensualidade do corpo masculino num misto de entrega, passividade e martírio frente à aceitação de suas próprias escolhas, o martírio de amar de forma diferente, além dos traços perfeitos que só falta a imagem conversar conosco.

Desenhos de homens maduros travestidos que se mistura a força do masculino com a suavidade dos trajes é algo novo para mim. Pouco se retrata essa temática nas artes brasileiras. Assim como temos uma criança dentro de nós, homens adultos que nos facilita o humor, a alegria de viver, também retrata dentro de nós a suavidade, gentileza e delicadeza expressa nos trajes e adereços nos fazendo sentir e repensar a rudeza que a masculinidade nos obriga. Ser sensível não é deixar de ser homem, mas sim um homem diferente, mais adequado às necessidades de uma nova mulher que demanda outros amores e outras “pegadas”, além das tradicionais sócios historicamente constituídas.

As mulheres, tão bem retratadas, mostraram-me a várias facetas da sensualidade feminina. Posturas de segredos, sensualidades e o mistério que envolve o amor e o amar da mulher. Não há nudez e nem precisa para excitarmos a imaginação em desvendar a sutileza do olhar, a forma de sentar convidando para um possível encontro, enfim, o erotismo enquanto prazer e não pornografia se faz presente a cada momento.

Adentrar a Exposição como quem entra em um local Sagrado livre de preconceitos e expectativas possibilitaram aos visitantes várias formas de ver e sentir, que espero possibilitar visões e sentimentos diferentes do meu olhar. Assim cada um construirá os seus próprios olhares...

SOU BISSEXUAL
22/08/2014 12:43:48

“Tenho 40 anos fiquei viúvo a 2 anos e tenho uma filha para cuidar de 10 anos. Intitulo-me Bissexual mas durante o casamento me permaneci fiel. Agora quero viver o que não consegui mas não sei como proceder com minha filha. Gosto de homens bem mais jovens que eu, não sei se isso piora minha situação.”

 

Na prática clínica tenho recebido um número cada vez maior de homens e mulheres com essa demanda emocional. Fica claro no meu parecer que as mudanças sociais, a flexibilidade das regras tradicionais, e a consciência dos reais direitos humanos de amar quem se quer tem aumentado essas escolhas e também estimulado a busca de ajuda psicológica para passar por essa fase.

Viver por anos com desejos reprimidos causa, via de regra, sérias consequências emocionais e físicas. Equilibra quando se vê a possibilidade de viver algo mais integral consigo mesmo e com quem se ama.

Nosso leitor nos traz a questão da filiação e a Homoafetividade. Geralmente, quanto mais cedo à verdade for dita e compreendida pela criança melhor será sua elaboração. As crianças não são cegas ou tão “bobinhas” quanto os pais pensam. São informadas pelas mídias sobre o tema e costumam entender bem quando é falado com amor, carinho e principalmente verdade. Após explicar para a criança é bom ouvir o que ela pensa e como elabora tudo isso. Apresentar o namorado com o título e não somente como amigo que dorme na cama com papai.  Penso que no inicio, o adulto precisa ter certeza da parceria uma vez que trocas intensas de parceiros com apresentações à criança podem confundi-la nos valores passados pela família.

Penso que um problema será a família da mãe da criança. Saber que o genro, cunhado é gay e que há homens variados frequentando a casa pode causar desconforto, revoltas, medo de abusos sexuais, enfim, até processos jurídicos que só magoará a criança ainda mais. Importante ver como as famílias reagem, conversas francas apesar de difíceis devem ser colocadas para o bem estar do núcleo familiar.

A escolha de um parceiro terá que ter como critério a aceitação por parte do outro na presença física e emocional da criança nessa relação. Entender que a disponibilidade para festas e diversões terá algum limite e que se quer uma parceria deverá conquistar a confiança, e também querer ser um “pai” em amor nessa unidade familiar. Por isso acredito, e posso estar errado, que conhecer muito bem quem se coloca em casa para o convívio é extremamente  importante. Perceber as reações e afeições bem como a capacidade de lidar com frustrações do futuro companheiro em relação à criança é crucial para a manutenção do relacionamento. Minha inquietação é por o leitor gostar de homens bem mais jovens que ele. Por ainda serem imaturos em função da pouca vivência ou idade, tendem a dificultar a construção dessa parceria. Impulsivos, voltados para baladas, e necessitando de uma atenção quase exclusiva, boa parte dos jovens sentem uma competição em relação aos filhos dos parceiros, ciúmes e invejas por terem que dividirem as atenções com os mesmos e, com certeza, perderem para a criança, pode gerar conflitos e términos por vezes agressivos.  É claro, que isso não é regra, há jovens bem maduros e maduros completamente infantis, mas vale a reflexão. 

ORGASMO! SIM OU NÃO?
22/07/2014 11:29:42

Perdi minha virgindade com meu atual namorado aos 18 anos.  No início eu gostava muito de sexo, mais sempre tive dificuldades pra chegar ao orgasmo. Antes eu achava que fosse insegurança ou ansiedade, mas 4 anos se passaram e a situação continua a mesma. As poucas vezes que consigo chegar ao orgasmo é através de sexo oral, nunca gozei por penetração. Eu sinto que o problema esta em mim, porque ele sempre faz tudo pra me agradar, sinto prazer mas não consigo.”

 

O prazer sexual é mais do que uma fricção de corpos, é também um encontro de almas. Para tanto precisamos estar prontos para a entrega, o cuidado a expressão de afeto. Estudos apontam que há 30% de mulheres com dificuldades ou incapacidade de ter orgasmos, sem que tenham causa física ou emocional. Nossa leitora nos informa que consegue ter orgasmo com o sexo oral, mesmo que seja eventualmente podemos superficialmente supor, que ela é capaz de obter o prazer mas algo a bloqueia.  Somente uma análise psicológica detalhada poderia nos fornecer indicativos de causas e possíveis tratamentos. Segundo ela seu parceiro é carinhoso e suponho que também não seja um ejaculador precoce, o que em muitos casos é fator de anorgasmia uma vez que este homem não tem paciência para dar e receber prazer e a rapidez ejaculatória impede a continuidade da penetração em tempo hábil para ela atingir o orgasmo.

Há mulheres que mesmo amando seus parceiros tem dificuldades por causa do medo de engravidar, medo de se soltar ao amor, traumas sexuais infantis ou adolescentes, enfim uma série de possibilidades impeditivas para a soltura. Outras têm medo do prazer ser um indicativo de pornografia ou de sexo como algo sujo, ficando o encontro sexual no período da paixão inicial que se desfaz com a continuidade do tempo.  Outras que por não terem a intenção de engravidar evitam o encontro vendo-o como algo não certo. Pensamentos muito comuns em seguidores de religiões fundamentalistas e com forte repressão.

Menopausa ou distúrbios hormonais tendem a diminuir o desejo, a lubrificação vaginal e como consequência o orgasmo. Somente o médico pode ajudar nestes casos. Na minha experiência clínica a problemática na maioria dos casos é emocional. Dificuldade de entrega, excesso de controle e comando tem influenciado, assim como a inabilidade do parceiro. Cada vez mais os homens estão vivendo o sexo na virtualidade, com a pornografia, masturbações frequentes no computador e dessa forma reproduzem na vida real o que veem nas suas telinhas ou fantasias e, com certeza, o desencontro com a mulher real é esperado. Suavidade, pegada, brincadeiras, variações de estimulações, romances, gentilezas e, principalmente, gostar de tocar e de sentir prazer com a mulher. Quando sentimos prazer, gostamos de continuar estimulando para obter mais prazer e assim propiciamos que a parceira atinja seus objetivos amorosos e sexuais.

 

 

CRIANÇAS MAIS PRECOCES?
17/07/2014 12:03:22

Tenho sido questionado sobre a precocidade da sexualidade nas crianças. Desejos de namorar, beijar na boca, e temas eróticos têm sido encontrados em idades cada vez menores. Percebemos também que a menstruação na faixa etária dos 9 aos 11 anos tem aumentado, transformando crianças em mulheres e homens cedo demais. Alguns médicos disseram-me que a melhora na alimentação, o excesso de estimulação erótica e de atividades intelectuais parece ser os causadores dessa precocidade menstrual.

Trabalho com crianças do 6º ano do ensino fundamental até o 1ºano do ensino médio no Centro Educacional Charles Darwin, e conversando com essas crianças notei que a menina de 10 anos que menstruou aos 9 já tem um corpo de mocinha e difere de suas colegas no tamanho e na maneira de pensar causando a ela sensação de ser diferente. Precisei de bons argumentos para tranquiliza-la em aceitar as mudanças que ocorrem.

Percebi alguns meninos de 10/11anos que perguntaram e  brincaram com temas nitidamente pornográficos. Não sabiam o que estavam falando, era claro que não praticavam o que perguntavam ou comentavam, mas tinham conhecimento de práticas e atitudes sexuais adultas. Com cuidado pude saber que eles assistem a filmes pornográficos e que em seus celulares continham pequenos filmes que compartilhavam com os amigos. Semelhantes às revistas pornográficas dos anos 80 que secretamente víamos nos nossos 15 a 16 anos, hoje se veem filmes explícitos aos 10 anos.

Importante lembrar que quando encontro com os jovens de 16 anos percebo que eles têm a crença que a prática sexual é igual ao filme pornô que eles veem desde a infância. A criança bem como o adolescente não tem maturidade e abstração suficiente para entender que um filme pornográfico não é uma verdade ou modelo a ser seguido em suas práticas sexuais reais. A pornografia é uma forma de excitação para a atividade sexual solitária e um estímulo a mais para a execução do sexo, mas não é um modelo.

Fazemos sexo parecido com o do filme, mas não igual. 40 minutos de penetração que o filme nos mostra é impossível na vida real. Colocação de objetos, punho na vagina não é o recomendável na vida a dois. Contudo nossos jovens assistem aos vídeos os mais variados e absurdos sem um juízo crítico sobre isso.

Cabe aos pais ficarem atentos ao que os filhos e filhas veem na internet e no caso de filmes eróticos se faz necessário ver junto com eles se possível e comentarem o que é real e possível no jogo amoroso. Importante educar as meninas sobre as intenções dos rapazes para que elas não se machuquem física e emocionalmente, afinal como eles são assíduos telespectadores irão tentar com elas o mesmo que faz com suas musas pornográficas.

Isso significa mais trabalho para nós os pais, mas é assim mesmo, filho dá trabalho e é nossa função educar e auxiliar na formação desses novos seres.

Penso que a precocidade também pode ser na permissão ou permissividade que nossas crianças estão tendo. No mundo do tudo pode, do tudo é normal a criança pode estar apenas expressando o que vê o que antigamente não nos era permitido. Ela tem acesso a toda informação em suas mãos com a tecnologia que damos a elas, portanto elas aprendem mais e falam sobre isso. Ainda não sei se elas estão mais maduras com tudo isso. Penso que não. Acho que elas sabem mais, mas sua maturação emocional não acompanha esse saber. Costuma dessa forma, trazer algumas confusões cognitivas e emocionais no decorrer de seu amadurecimento. Precisamos acompanhar e estarmos prontos para auxiliá-los, para tanto, também precisamos nos informar como eles, ler e conversar com outros adultos sobre a confusão que nós nos encontramos.

SEXUALIDADE DA MULHER
17/07/2014 11:45:41

No artigo de domingo tratei de alguns temas que foram apresentados pelas mulheres de São Domingos do Norte. Tal artigo suscitou muitas observações e um frenesi interessante. Por coincidência encontrei duas dessas mulheres no almoço de domingo e aprofundamos algumas questões.

Uma mais nova linda como uma madona renascentista, pele alva, elegante e silenciosa. Profissional da área da saúde e.... solitária, sem namorados ou um “ficante” como muitos chamam. A outra também bela, interessante, elegante, mais madura e também sem ninguém. Por força do destino, fomos servidos por um garçom que é protótipo do desejo de muitas mulheres e porque não dizer dos homens também. O alvoroço na mesa foi geral, até minha filha de 15 anos ficou agitada, olhinhos orbitando.  Observaram os olhos, o sorriso, a atenção que nos dava e, em tempo de Copa e de Hulk, o bumbum do rapaz, tempinho depois não aguentaram e falaram do suposto volume dizendo que o mesmo era bem servido de frente e de traz.

Creio que a conta subiu um pouco mais uma vez que a quantidade de agua, refrigerante e até sobremesa, para elas que estavam de regime, foi pedido pouco a pouco, cansei de contar às vezes que o rapaz veio à mesa. Instiguei um pouco mais e perguntei o que as atraiam além da beleza física?  foram unânimes, ele tem um ar de safado, de carente, de quem não vale nada... Na suposta inocência indaguei se era isso que elas queriam de um homem? Claro que não se fosse para ser namorado, mas para uma saída, uma ”pegada” um sexo casual ele é tudo de bom. Sem melindres, sem cerimonias, sem respeito. Então vocês mulheres pensam semelhante a nós homens nestas questões? Elas assustaram com a comparação. Para namorar ou algo sério um cara bacana é mais polido, comedido, mas com decisão e principalmente sabendo o que quer. Desta forma ser um cuidador, mantenedor da fêmea-parceira. Para o sexo algo mais intenso, sem barreiras, mas ao mesmo tempo desejado que esse “poço de hormônio” pudesse ser o príncipe dos salões de dança da infância perdida.

Complexo esse mundo! A carência sexual nos faz escolher o(a) parceiro(a) com pouca racionalidade. O impulso toma conta e corremos o risco de apaixonarmos pelo momento, pela conquista podendo assim quando o encontro passar, estarmos presos a uma ilusão de amor e de satisfação da carência e não a realidade, ou seja como o conquistador ou  conquistado realmente é. Vemos e sentimos tudo para permanecer no foco deste desejo, relegando toda e qualquer realidade que possam ser apresentadas. Simplesmente estamos cegos. O sexo torna-se maravilhoso, o amor torna-se eterno.  Até mesmo o  risco de contaminações corremos, pois na intensidade da pegada o preservativo é a última coisa a se pensar.

Quando começamos a ponderar sobre essas coisas e a perguntei a elas se sabiam como é a vida de um garçom? Seus horários disponíveis para possíveis encontros, seu salário para possíveis saídas e o assédio que ele sofre e sofrerá mesmo estando namorando, se dariam conta de uma relação assim? Olharam para mim com caras bravas e disseram, educadamente é claro: deixa de ser chato, agente só estava olhando e sonhando que mal há nisso? ”Rimos muito”. Trazer a realidade é fazer sumir o devaneio. Ao deixá-las em casa, não resistiram em dizer “mas que é uma delícia é mesmo!”

QUAL O TEMPO IDEAL PARA O SEXO?
26/06/2014 11:58:09

Tenho 25 anos e meu esposo costuma fazer um sexo muito demorado, quando
acredito que está chegando o ponto G do prazer, ele da uma paradinha para aguentar mais, não que não sinta prazer, o problema que chega um momento que fica cansativo e acabo sentindo um desconforto ao invés de prazer, já tentei conversar sobre o assunto mais parece que ele não entende.”

Durante séculos o prazer feminino não era considerado. Aliás, era combatido diagnosticado como possessão demoníaca ou doença chamada de furor uterino. O sexo era com objetivo reprodutivo e qualquer forma fora deste contexto não pertencia às mulheres sérias e de família. A expressão do prazer sexual feminino pertencia às prostitutas e loucas.

A partir dos anos 50, nos EUA, estudos científicos mostraram a naturalidade e necessidade do prazer sexual. Iniciou-se, então, um conjunto de informações educativas com intuito de mudanças de comportamento e paradigma sobre o relacionamento sexual. A necessidade da chamada “carícias preliminares” possibilita uma maior excitação feminina e consequentemente o prazer. Da mesma forma que se tentou educar os homens quanto ao controle ejaculatório ou diminuição da pressa em obter o seu orgasmo.  Da negligência ao prazer feminino passou-se a preocupação extremada em “dar” o prazer a ela, como se este fosse uma prerrogativa masculina, um presente, uma caridade. Ser bom de cama passou a fazer a mulher ter vários orgasmos, de novo o prazer no poder masculino. Não é bem assim. O prazer pertence à mulher. Ela precisa também se soltar, saber aonde é bom, compartilhar seus desejos, sonhos e preferências de carícias para que o Encontro seja verdadeiro e orgásmico. Às vezes o prazer em estar com o parcerio(a) está nos beijos e toques sem a obrigatoriedade do orgasmo. Cuidado para que a sensação maior não se torne uma busca persecutória.

Tenho falado em minhas palestras com casais e jovens, que as “preliminares” não são prévias para a penetração, mas o sexo em si. Ter e compartilhar o prazer do toque, do cheiro, dos beijos em todo o corpo e também nos genitais (não só!). A penetração é o encerramento do ato sexual uma vez que o gozo masculino, via de regra, encerra a intensidade e o ato em si. Contudo o homem precisa estar atento ao prazer da parceria, pois após o orgasmo perde-se o interesse em continuar na prática sexual. Nossa leitora nos diz que ele demora deliberadamente ocasionando seu desconforto. Talvez ele o faça pelo prazer que sente talvez pela crença errônea que tenha que demorar para ser bom de cama, enfim, ele deve ter suas  razões. O que me chama a atenção é ela avisar, pedir que seja diferente e ele insistir na manutenção do comportamento. Como fazer amor pensando somente em seu prazer? Como fazer amor sabendo que é incômodo para quem se diz amar? Curioso essa forma de amar!

Sugestão para leitoras e leitores em situações não prazerosas: primeiro converse bastante a respeito, não obtendo o resultado do combinado, interrompa a relação sexual. Essa atitude irá assustar e proporcionar uma nova atitude. Claro, evitando agressividade, ironia etc. Lembrando o que foi conversado e o quanto está satisfatório pedindo que encerre a atividade sexual e no próximo encontro lembrar o ocorrido e o desejado. 

HOMOSSEXUALIDADE
26/06/2014 11:31:03

 “Após um casamento de muito sofrimento, divorcio litigioso, descobrimos que nossa mãe tem um romance homossexual e não sabemos como lidar com isso”.

Recebo muitos e-mails de pais desesperados por ajuda em como lidar com a homossexualidade dos filhos, seus medo e preconceitos. Agora a inversão: Filhos jovens descobrindo que sua mãe está reconstruindo uma nova vida amorosa com uma mulher. Esse fato faz com que os filhos lidem com questões tabus: Homoafetividade e sexualidade dos pais. Há um mito que os pais não têm prática sexual e que o “ser mãe” é desprovida de desejos eróticos, vivendo para os filhos ou para o bem estar da família. Passam-se os anos e a força do tabu ou do preconceito resistem às mudanças.

Propicio palestras para adolescentes em escolas e pelas perguntas e debates que fazemos fica clara a “certeza” de que os pais não transam. Eles não conseguem imaginar seus pais fazendo o que eles veem em sites pornográficos. A falta da expressão afetiva na frente das crianças, a dificuldade em falar de sexo como algo natural na família mantem essas estereotipias.

Nossa leitora nos inquere se a mãe se tornou homoafetiva por causa dos traumas sofridos em seu casamento. Eu não acredito nessa possibilidade. Provavelmente essa mulher tinha seus desejos homoafetivos antes de casar, ou mesmo nunca se permitiu sentir tais desejos. Com o fim do casamento, o sofrimento obtido com o parceiro, os filhos crescidos e a presença de uma mulher companheira, amiga e amorosa foi o suficiente para permitir sentir o que antes era proibido. Ninguém se torna homoafetivos, nasce assim.

Sugiro que a família puxe o assunto e o mesmo seja esclarecido e aceito. Os filhos devem primeiro conversar sobre o fato, o que pensam, como sentem seus preconceitos e o que irão fazer se a convivência com a namorada da mãe se tornar necessária. Após chegarem a um acordo convidam-na para um papo aberto, afetivo e acolhedor, dizendo o quanto vocês a aceitam, o quanto querem o bem e a felicidade dela. Deem a oportunidade de fazer feliz a pessoa que viveu para a felicidade dos filhos. Agora é a hora dela!

Como todo relacionamento afetivo ela terá seus altos e baixos, términos, sofrimentos e novos amores e o apoio familiar é muito importante nessas horas. Ter com quem compartilhar seus medos e dores a fará mais forte para enfrentar a sociedade homofóbica, seus próprios preconceitos, enfim, ela terá muito trabalho pela frente e não devem ser os filhos que irão dificultar um pouco mais. Pensem nisso!

 

 

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