Carlos Boechat
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O CARNAVAL PASSOU!

O Carnaval passou!

Piratas e mulçumanos; Odaliscas e índias. Alguns pierrôs que passam e só vejo “a lágrima que escorre por trás de seus olhos” e que o sorriso da festa tenta esconder.

Colombinas como em haréns, buscando suas metades, mas conseguindo mesmo é brincar entre iguais. Mulheres, no auge de sua beleza, dançam imitando umas as outras sem expressar o prazer genuíno dos movimentos, isso sem dizer da competição dos trajes, adereços e corpo.

Olhando um pouco de longe, parece um quadro surrealista ou um set de filmagens que a qualquer momento ouviremos um corta! Mas é realidade, a música continua, as bebidas passam de boca em boca como um cachimbo da paz em tribos selvagens. Todos se tornam amigos, irmãos, amantes parecendo que esta alegria será para sempre. Festeja-se essa união de iguais. Ali, não se tem diferenças sociais, raciais e intelectuais. Estamos juntos no prazer de cantar, sambar, relembrar músicas que marcaram outros carnavais, amores antigos, gozos perdidos. Prontos para uma nova investida, uma nova busca de outros corpos, amores e fantasias: é carnaval!

Nas praias paradisíacas o belo da natureza entrecortado pelos exageros dos sons e a noite o silêncio reconfortante para que os (as) guerreiros (as) resgatem as forças necessárias a batalha do prazer de amanhã.

O sol nasce e em pouco tempo tudo reinicia, deparo com a certeza da existência Divina: o céu azul, a água transparente o equilíbrio da natureza e as pessoas mais lindas, a juventude em seu apogeu. Aproximando de um grande grupo, percebo de perto a diversidade da beleza. Além dos belos corpos torneados, com certeza pela mão divina auxiliado por algum personal trainer, outras que em seus sorrisos, simpatias, gingados e alegria do samba, trazem o prazer estampado nos olhos e em seus corpos, conservando a beleza da alma e da sexualidade vivida nestes dias. Mesmo que não tenham os corpos divinizados, a alegria e despreocupação dão uma beleza exclusiva mostrando que não precisamos ser "igual a todos".

Os belos (socialmente!), preocupados em correr na praia, acertar o cabelo, manter a maquiagem e saber quem ficou com quem, como numa competição sexual. Percebia-se claramente, que o prazer do carnaval estava nesta competição. Nós, “os outros”, estávamos atentos à hora da banda que iria passar o bloco que iríamos formar, enfim, com os preparativos para mais alegria não importando com essa competição, se tivemos bocas para beijar ou se a teremos tudo estava entregue as possibilidades do dia.

Cada um tem o prazer que entende e pode. Com certeza na diversidade todos estavam felizes, experienciando suas potencialidades, claro que tinha os que brigavam por ciúmes, dor de cabeça por excesso de álcool, pés inchados... Coisas irrelevantes no carnaval.

Diante de tanto estímulo erótico, sensualidades e fantasias é realmente compreensível a freqüência sexual, os aumentos das estatísticas de DSTs e gravidezes nos meses que se seguirão. A força é tanta, a magia é tamanha que pensar em conseqüências negativas é quase impossível. Contudo, deu para perceber que nos idos dos anos 80, frente à repressão que ainda imperava, o frenesi sexual parecia um pouco maior. Hoje, embora ainda alto, as pessoas vivem sua sexualidade durante o ano todo, e não necessitam de uma data específica. O brincar torna-se maior e não foi incomum ver nas varandas das casas, jovens jogando baralho durante a noite. O prazer de estar com amigos e amantes continuava mesmo fora da cama.

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