Carlos Boechat
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AINDA SOMOS OS MESMOS...

Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais?"

Somos um pouco!

As mudanças sociais e pessoais demoram a acontecer de forma permanente, e via de regra repetimos comportamentos chamados de antigos, uma vez que os mesmos foram construídos em nossa historia de vida. As cartas acabaram, mas foram substituídas por e-mails. Mudou o veículo, mas o interesse em comunicar continua. Fala-se que a geração atual é muito erótica, volúvel e que o sexo fácil dificulta a construção de relações amorosas estáveis e prolongadas. Depende do ponto de vista.

Se tivermos um olhar comparativo de 50 anos atrás, veremos prisão emocional a que as mulheres estavam e muitas ainda estão. O casamento, na época, era o emprego de esposa. A fidelidade uma prerrogativa feminina e o sexo penetrativo sem a intenção do orgasmo o normal e esperado. Até porque foi na década de 60, nos EUA que se estudou o que era esse "orgasmo". Nessa época, a geração "brilhantina", Elvis, "Juventude Transviada", era sinônimo de sexo livre, drogas, considerada pela geração anterior como uma juventude perdida. Essa mesma frase ouvimos hoje quando vemos nossos jovens "ficando", transando em casa, tomando anticoncepcional antes dos 18 anos, assumindo homossexualidade, sexo virtual, enfim, uma série de comportamentos que para os adultos de hoje, que foram os transviados de outrora, choca como se o novo nunca tivesse sido feito. Aliás, como diz a amiga e jornalista Jeanne Bilich, "os cafetões e cafetinas de outrora, tendem a ditar regras morais quando o seu tempo passa".

Temos hoje uma divulgação maior dos desejos e comportamentos sexuais que antes não existiam ou quando havia pertenciam a um grupo pequeno. Em minha adolescência lembro que revista de mulher nua só os amigos ricos que viajam ao exterior tinham para nos mostrar e na bancas de revistas elas eram lacradas em plásticos negros. Hoje é explícito em todos os pontos de ônibus e ninguém questiona a imoralidade dessa exposição.

Ainda hoje os jovens querem pegar as meninas que sem nenhum preconceito querem ficar (relação sexual), mas querem namorar com as “certinhas e comportadas”. Muitos ainda buscam as virgens ou com pouca experiência sexual para possível namoro sério ou casamento. Não muito diferente de 40 anos atrás.

É claro que temos varias novidades aparecendo e custos de tudo isso. Os relacionamentos tornaram-se mais efêmeros, mas não menos verdadeiros uma vez que a mulher tem seu próprio dinheiro e não depende do homem para viver, juntamente com a rigidez social e religiosa enfraquecidas, permitindo novas escolhas.

A cultura do "tudo pode", dificulta a resistência à frustração e facilmente desistimos antes de lutar por aquilo que queremos. Se o sexo está ruim, trocamos de parceria em vez de tentar ajustá-lo a nossos desejos. Com os muros repressivos destruídos a "goiaba do vizinho" tornou-se de fácil acesso, a gentileza virou frescura, o sexo virou uma competição e um prazer imediato.

Importante lembrar que "antigamente" todas essas coisas aconteciam, nossa amnésia seletiva nos impede da lembrança, a informação era mais censurada e nossa comodidade em dizer que "na minha época era melhor ou diferente" nos remete  ao  "Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais".

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