Carlos Boechat
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CASAMENTO SEM TESÃO

“Sou casada há 15 anos. Temos uma ótima relação de parceria, amizade, conversamos muito, temos planos para futuro, contudo eu não sinto mais vontade de fazer sexo com ele e ao mesmo tempo não quero traí-lo. Alguma dica?”

Acho que foi Clarisse Lispector que disse: “Ah! Quantas formas de amar!” Esse é um tipo de amor que você vive. Um amor mais amigo que com o passar do tempo transformou-se em fraternidade. Quando isso ocorre o desejo sexual vai diminuindo. Os Gregos chamavam esse tipo de amor de Ágape diferente do amor Eros que tem o desejo da carne, da conquista, do sexo.

Em nossa cultura somos condicionados a viver um para o outro, transformando a união de dois seres diferentes em seres iguais – chamo isso de simbiose. Deixamos de perceber nossas vontades, deixamos de perceber as diferenças, fazemos de nossa parceria um espelho egocêntrico e narcisista, enfim deixamos de trocar com a diferença nos tornando um só. A relação fica com poucas brigas ou até mesmo nenhuma, ficamos especialistas em ceder nossos desejos ou em transformar em nossos os desejos do outro, achando assim que atingimos o paraíso conjugal. Podemos até atingir a paz... Mas, uma paz sem tesão sexual pois este é criado pela falta, pela diferença, pela conquista, pela fome de sentir o outro pelas vias da sensorialidade e não pela via da racionalidade ou amorosidade romântica.

Viver em harmonia é a busca de todo casal, mas precisamos da falta para se ter desejo. Precisamos de certo distanciamento para ver o outro e dessa forma despertamos o desejo de tê-lo, tocá-lo, senti-lo.

Sugiro a leitora que busque uma terapia de casal, para avaliar e pesquisar outras possíveis causas da transformação da relação.

Sugiro férias do casal. Organizem ficarem no mínimo 10 dias sem se verem e se possível sem se falarem. Se tiverem filhos, que se faça um revezamento. Organizem como serão as regras de fidelidade, comunicação, dinheiro, enfim combinados para não ter surpresas que ferem e magoam. Após os 10 dias de cada um deixem as crianças na casa de alguém e saiam para ficarem, pelo menos, 12 horas sozinhos conversando sobre a experiência, dificuldades, saudades, etc.

Sugiro ver filmes românticos e eróticos juntos, irem a motel, e criarem fantasias eróticas mesmo que não a realizem. Pensar no outro eroticamente, mandar mensagens, enfim estimular o cérebro com informações sexuais com o seu parceiro. Se quiserem viver as fantasias pensadas que seja de comum acordo.

Se de tudo não der certo e a falta de desejo perdurar, há que se fazer escolhas:  viver como estão sob novas regras de fidelidade, viver no faz de conta que tudo está ótimo ou serem amigos suficientes para romper a relação e cada um torcer pela felicidade do outro mesmo que seja com outra pessoa.  Não é simples nem fácil, mas possível e realmente amoroso.

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