Carlos Boechat
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SOU BISSEXUAL

“Tenho 40 anos fiquei viúvo a 2 anos e tenho uma filha para cuidar de 10 anos. Intitulo-me Bissexual mas durante o casamento me permaneci fiel. Agora quero viver o que não consegui mas não sei como proceder com minha filha. Gosto de homens bem mais jovens que eu, não sei se isso piora minha situação.”

 

Na prática clínica tenho recebido um número cada vez maior de homens e mulheres com essa demanda emocional. Fica claro no meu parecer que as mudanças sociais, a flexibilidade das regras tradicionais, e a consciência dos reais direitos humanos de amar quem se quer tem aumentado essas escolhas e também estimulado a busca de ajuda psicológica para passar por essa fase.

Viver por anos com desejos reprimidos causa, via de regra, sérias consequências emocionais e físicas. Equilibra quando se vê a possibilidade de viver algo mais integral consigo mesmo e com quem se ama.

Nosso leitor nos traz a questão da filiação e a Homoafetividade. Geralmente, quanto mais cedo à verdade for dita e compreendida pela criança melhor será sua elaboração. As crianças não são cegas ou tão “bobinhas” quanto os pais pensam. São informadas pelas mídias sobre o tema e costumam entender bem quando é falado com amor, carinho e principalmente verdade. Após explicar para a criança é bom ouvir o que ela pensa e como elabora tudo isso. Apresentar o namorado com o título e não somente como amigo que dorme na cama com papai.  Penso que no inicio, o adulto precisa ter certeza da parceria uma vez que trocas intensas de parceiros com apresentações à criança podem confundi-la nos valores passados pela família.

Penso que um problema será a família da mãe da criança. Saber que o genro, cunhado é gay e que há homens variados frequentando a casa pode causar desconforto, revoltas, medo de abusos sexuais, enfim, até processos jurídicos que só magoará a criança ainda mais. Importante ver como as famílias reagem, conversas francas apesar de difíceis devem ser colocadas para o bem estar do núcleo familiar.

A escolha de um parceiro terá que ter como critério a aceitação por parte do outro na presença física e emocional da criança nessa relação. Entender que a disponibilidade para festas e diversões terá algum limite e que se quer uma parceria deverá conquistar a confiança, e também querer ser um “pai” em amor nessa unidade familiar. Por isso acredito, e posso estar errado, que conhecer muito bem quem se coloca em casa para o convívio é extremamente  importante. Perceber as reações e afeições bem como a capacidade de lidar com frustrações do futuro companheiro em relação à criança é crucial para a manutenção do relacionamento. Minha inquietação é por o leitor gostar de homens bem mais jovens que ele. Por ainda serem imaturos em função da pouca vivência ou idade, tendem a dificultar a construção dessa parceria. Impulsivos, voltados para baladas, e necessitando de uma atenção quase exclusiva, boa parte dos jovens sentem uma competição em relação aos filhos dos parceiros, ciúmes e invejas por terem que dividirem as atenções com os mesmos e, com certeza, perderem para a criança, pode gerar conflitos e términos por vezes agressivos.  É claro, que isso não é regra, há jovens bem maduros e maduros completamente infantis, mas vale a reflexão. 

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