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DIMINUIÇÃO DA LIBIDO MASCULINA
22/04/2012 22:42:36

 

 

Diminuição da Libido Masculina

Tenho 50 anos e possuo boa saúde, todos os exames estão normais e estável situação financeira. Tenho uma vida sedentária, não pratico esporte e não utilizo medicamentos de rotina.Há um ano percebo que minha libido diminui. Passo até três meses sem relação sexual. O interesse sexual por minha esposa diminuiu muito e isso me assusta porque nossa relação conjugal é ótima... Será alguma coisa hormonal? Andropausa?

 A sexualidade é uma manifestação biopsicossocial.
É sabido que o homem pode ter relações sexuais em toda a vida, desde que o mesmo tenha boa saúde, não tome remédios inibidores da sexualidade.

Contudo, mesmo o homem saudável, experimenta uma diminuição em sua “performace” se comparada com os anos da juventude. Hoje, um homem de 50 anos não é velho. Muitos estão construindo novas famílias, praticam esportes radicais, malham em academia, namoram mulheres belíssimas fazendo inveja a rapaziada boquiaberta.

Os fatores biológicos mais comuns a partir dos 45 anos que influenciam a sexualidade são: problemas cardiológicos (pressão alta, cardiopatias e seus medicamentos); diabetes; diminuição hormonal e depressão.

A chamada andropausa é o período de mudanças nas taxas hormonais que podem ser facilmente estabilizada com medicação específica, mas sempre com orientação médica. Há casos que bastam um pequeno período de medicação para o organismo voltar a produzir seus hormônios, mas há indivíduos que deverão tomar por toda a vida. Nesse caso, tem-se que pesquisar histórico de câncer na família, e manter um controle do volume prostático.

Os fatores psicológicos são complexos, vão desde fatores inconscientes á depressão. É necessário um trabalho psicológico profundo para conhecer as causas e tratá-las.

Percebo alguma dificuldade de homens irem a consultório psicológico.

Para muitos é sinal de fraqueza: “eu tenho que resolver meus problemas”, mas ainda bem que isso está mudando e tenho um grande número de homens em atendimento.

Eles compreendem que é força conhecer-se, enfrentar suas verdades e realmente saem homens mais seguros e melhores consigo e com as pessoas que o cercam.

Há questões relacionais, mesmo que nosso leitor tenha uma boa vida conjugal, sua esposa pode não atraí-lo mesmo sendo bela a seus olhos.

O tempo de intimidade, a acomodação do casal, a rotina de atividades sociais, afetivas e sexuais podem aos poucos abafar os ímpetos e os impulsos tão necessários à vida sexual. 

Lamentavelmente, o amor e o tesão podem acabar. Depende de nós soprarmos constantemente a brasa e manter o fogo eternamente aceso, tanto em nossa alma como em nosso corpo.

A IDADE CERTA PARA TRANSAR
22/04/2012 21:48:51

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Idade certa para Transar

Tenho 16 anos, e gostaria de saber se tanto pra mulher quanto para o homem existe uma idade certa para ter uma transa agradável ou isso só acontece com as mulheres? Perdi minha virgindade prestes a fazer 15anos, não foi uma coisa boa, não estava afim... Comecei a namorar, com quem estou até hoje... Ele tem 20 anos, já transamos algumas vezes, sinto que ele realmente sente prazer, uma coisa legal para ele. Mas comigo é diferente, até hoje não senti coisa alguma na penetração... Mas o algo mesmo acontece nas preliminares. Escreva mais para adolescentes!!!

Fico lisonjeado em saber que jovens adolescentes leem nossa Revista AG. Será que os rapazes também o fazem!  Ou isso é coisa de mulher!!! Se eles lessem teriam uma maior atenção e carinho na primeira vez e no respeito ao tempo da mulher e deles mesmos.

Tenho certeza que aos poucos o homem tradicional e insensível vai entrando em extinção dando lugar a um homem mais parceiro e carinhoso. A dúvida fica em saber se as mulheres irão querer esse tipo de homem.

Na Europa no início do século 20 existia um movimento social chamado "homens doces" - heterossexuais, mas com um discurso e comportamento mais afetivo e delicado, um modismo de época que não deu certo uma vez que as mulheres queriam homens mais decisivos e cuidador.

Penso que se há duvida quanto ao tempo da primeira relação sexual então não se deve tê-la. A primeira vez deve ser bem pensada, conversada com o futuro parceiro e prevenida de consequências negativas. Nossa leitora não estava à vontade e o fez por algum tipo de pressão - namorado, "ficante" ou amigas.

Pasmem pais de adolescentes! A pressão é maior pelas amigas, que mesmo sendo virgens ficam "dando a maior pilha" para que a outra faça o que elas não têm coragem. E para ser a corajosa(o), entregam-se ao ato sexual como quem vai para um castigo, trazendo a consequência tão bem descrita pela nossa leitora.

Hoje com uma vida sexual mais frequente não tem prazer sexual penetrativo. Quando o tem acontece nas preliminares, coisa de criança que brinca com o corpo sem a generalização do prazer. É claro o quanto ela não está pronta para o que faz.  Algum trauma ficou em sua mente adolescente e somente um trabalho psicológico poderá auxiliá-la a uma vida sexual mais plena. Tenho certeza que as mães não sabem de nada, o pai então...

Assim muito jovens sem com quem compartilhar de sua disfunção sexual aprendem que não sentir nada é " normal".

E o namorado de 20 anos? O que esse cara "mais maduro" está fazendo que não a auxilia? Só usufrui de seu prazer e do corpo da jovem que diz amar? Admito que fico indignado com um parceiro desse.

Minha filha de 13 anos acompanhando a construção desse texto foi enfática "ela deve terminar com ele, porque ele não se importa com ela". Fiquei pasmo com a firmeza que minha púbere filha se expressa, mostrando a mulher que a cada dia aparece mais bela.

Eu espero poder auxiliar quando algo semelhante for acontecer em sua vida. Espero que demore mais tempo, mas que ela possa confiar no pai e na mãe dela quando o desejo bater à porta.

Leitores adolescentes! escrevam e eu terei um prazer enorme em compartilhar sem identificação suas questões. Assim podemos fazer uma corrente de ajuda.

QUANDO O AMOR ACABA
17/04/2012 17:13:26

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Quando o amor acaba.

É possível continuar casada sem amor? (mulher 18 anos)

 

Claro que é possível! e muitos casamentos são mantidos sem amor, tesão.

Tecnicamente não há mais casamento, tornou-se amizade, fraternidade, mas isso não significa que esse casal viva mal.

Pode-se ter uma relação com cumplicidade, companheirismo, fazendo coisas que ambos gostam! Enfim bons amigos que tenham uma história, filhos padrão financeiro e status.

Se um deles ainda tem anseios sexuais a masturbação ou relacionamento extraconjugal costuma ser a opção acordada, aceita entre ambos para se manter esse tipo de relação ou mesmo uma atitude inconsciente de que nada sabemos e que o outro se mantém fiel, assim mantendo nossa crença necessária ao nosso conforto moral. Nos enganamos para continuarmos "felizes"!

Pessoalmente acho uma das coisas mais tristes - o fim de uma historia de amor. Acabar uma relação gostando do outro, mas constatando que o tesão e o amor entre dois seres que  próximos e afins terminou sem motivos que levam à dor, ou a uma outra relação é algo bem doído, sem sentido, deixando quem está passando por isso em uma situação angustiosa sem sentido...

Coisas do coração. Coisas de humano. Mostrando o quanto essa história vivida foi importante e não passou em brancas nuvens.

Você leitora, tão jovem deve estar questionando isso tendo um olhar da relação de seus pais ou conhecidos próximos. Não desiluda, amar vale a pena! Casar vale à pena! Eu recomendo.  

Há pessoas que vivem um amor por muitos anos, que tem a sabedoria de repaginar sua relação, transmutar seu amor em mais amor e manter a chama do tesão sexual por um tempo que chamamos de "para sempre.

Admito que não seja uma atividade fácil, mas quem foi que disse que viver é fácil! A juventude é a época que através do namoro conhecemos as facetas dos relacionamentos. Aprendemos a lidar com frustrações, com perdas, abandonos e o mais difícil, penso eu, aceitar o outro como ele é!

Temos a tendência a brincar de Deus e com isso querer transformar o outro a nossa imagem e semelhança. Não dá certo! Aceitar e amar o outro com as diferenças com os incômodos é uma tarefa pra lá de divina e bem humana.

Por isso namoramos, terminamos, sofremos, namoramos de novo e sofremos de novo e assim maturamos para a derradeira relação mais duradoura e quem sabe para o sempre.

O amor sempre vale à pena.
IMATURIDADE SEXUAL
17/04/2012 16:45:50

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Imaturidade sexual

Na vida, quando nos entregamos às possibilidades elas nos brindam com presentes e prêmios sem preço.
No sábado passado, em jantar com amigos, fui presenteado com a presença da jornalista Jeanne Bilich, que além de uma mulher cativante, tem uma cultura e um portfólio de causos que nos leva a risos e inquietações profundas quando o debate versa sobre a essência das pessoas.
 

Dentre tantas ideias compartilhadas, conversamos sobre a infantilização dos adultos. Não poderei explanar todo o teor da conversa até porque a Jeanne é uma biblioteca ambulante e eu não estava com papel e lápis para anotar todas as indicações de livros e filmes que fomentava o assunto.

Vivemos em uma época que a tecnologia nos facilita conversar com amigos em outros países, comprar livros em sebos sem sair de casa, futricar a vida alheia com autorização de todos e a magia de ter mais de 500 amigos que nem conhecemos. Cria-se uma atmosfera que podemos tudo. Desejamos e temos sem poder esperar como crianças que querem o sorvete antes do almoço e ao gritar por isso consegue seu intento.
Estamos desaprendendo a sentir dor e falta e são exatamente essas coisas que fazem a diferença para a escolha. Têm-se tudo, como podemos saber o que queremos? Se ao apertar um botão temos sexo para quê conquistar e lutar para fazer amor?

Parece que livros e filmes de Ficção Científica de décadas passadas são a nossa realidade. As mídias, novelas e filmes ditam o que queremos o que necessitamos assim não precisamos nos preocupar com desejos e dedicamos nosso tempo em produzir e a ganhar dinheiro para comprar os desejos que não são nossos. E assim a roda da vida  roda...roda...

A sexualidade não fica atrás. Temos o padrão do homem e da mulher que devem ser interessantes, que são bonitos, que servem para mim. Padrão esse ditado muitas vezes por grupos que não sabem amar e que o belo é um cabide humano com tecido pendurado.

O sexo como produção sem importar com quem se faz, mas sim a quantidade e o padrão de quem eu faço. Sempre fizemos sexo, mas nunca tivemos tanto medo em ser avaliado, em não ir bem "como todo mundo", enfim em ser igual a alguma coisa desconhecida.

Se a mulher não tem o corpo das revistas sente-se tímida em nudez à luz, se ele não consegue ter dois ou mais orgasmos na mesma “transa” inferioriza-se e parte em busca de químicos que o transforma em algo que ele nem sabe se quer ser ....e assim a vida vai.

Creio que precisamos entender que somos diferentes, amamos, transamos, gozamos de uma forma própria, nunca igual. Não tem profissional da sexologia que possa dizer como fazer melhor. Podemos mostrar que seu caminho interior é o seu processo de cura e de ser o melhor na cama. O melhor para você e não o melhor do que alguém...

Precisamos aceitar que não conseguimos fazer determinadas coisas e isso não significa incapacidade, simplesmente somos assim.

Precisamos aceitar que gostamos de coisas que outros não gostam e isso não nos faz diferente, simplesmente temos um sabor e uma percepção do mundo bem nossa.

Nossa pele sente coisas que outras não sentem. A percepção de um beijo nos leva às alturas, não porque o filme nos disse isso, mas porque nos entregamos à sensação maravilhosa que nossos lábios produzem.

Quando na compulsão de abraços, de beijos, de pele que acariciam, os encontros genitais nos plugam em uma sensação cósmica, intensa própria de cada um, esperando apenas a entrega, o toque na alma alheia, a certeza do mergulho... o resto é teoria que mais atrapalha que ajuda.

Então, leitores amigos, sofrer por amor, por perda, por falta nos faz ir à luta na busca, na certeza do desejo e na incerteza da conquista.

É assim! E isso nos amadurece para o encontro de nós mesmos e assim consecutivamente do outro que está na mesma procura. Temos que sofrer para amadurecer? Faz parte! O sofrer está intrínseco na busca do novo, na descoberta do ser.

O sofrimento não existe por si ele é a resposta de algo que fizemos e que não estávamos prontos, de que estávamos aprendendo. Não é sofrimento - coisas da aprendizagem. E qual o problema de sofrer? Coisas de humanos... 
PROBLEMAS SEXUAIS
12/04/2012 21:26:40

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Problemas Sexuais

A medicina e a psicologia têm avançado nos últimos anos. Como estão os processos de melhoras nos problemas sexuais? (Mulher – 38 anos)


É verdade, nos últimos anos têm aparecido propostas interessantes para o auxílio aos portadores de disfunções sexuais.

Para os homens os laboratórios de medicamentos, criaram os potencializadores da ereção (Viagra, Cialis, e outros) auxiliando os portadores de problemas eréteis que sem esse auxilio, estariam no sofrimento ou seriam indicados para cirurgia de prótese peniana o que, aliás, também evoluiu.

Hoje temos próteses que inflam por acionamento, testículos de silicone muito semelhantes aos naturais.

Importante lembrar, que esses medicamentos devem ser utilizados aos que necessitam e não para mascarar inseguranças ou criar pseudo super-homens de uma noite que, no meu entender, poderá trazer problemas à sexualidade futura.

Até o fim do ano, será lançado medicamento para os portadores de ejaculação precoce.

 Atualmente, é prescrito antidepressivo que traz melhoras, mas com o agravante de ser uma medicação controlada, causadora de dependência e que impregna o organismo, necessitando de retirada eventual e gradual. Essa nova droga, se propõe a auxiliar sem o incômodo do antidepressivo, sendo utilizada horas antes da relação sexual.Para as mulheres, pílulas anticoncepcionais que melhoram a libido, cabelo, pele já estão no mercado e no futuro próximo, talvez em 2011, pílulas para aumentar o desejo sexual, tomada antes da relação sexual.

Importante lembrar, que as medicações são auxiliares e não curativas. Ainda nada foi inventado para substituir o beijo, o olhar, o toque especial e o sentimento que está por trás de cada encontro.

Terapias de casais têm auxiliado nas melhoras sexuais. Um casal desencontrado não tem condições de boas relações sexuais. Às vezes, uma perda de desejo ou ereção está na dinâmica conjugal.

É lindo observar a melhora dos clientes quando reaprendem ouvir, olhar e tocar a alma de quem escolheu viver.

 As técnicas da Terapia Sexual continuam eficientes.

A ejaculação precoce tem excelentes resultados com 15 sessões que além de ensinar ao homem a controlar sua ejaculação, permite-o conhecer-se, controlar a ansiedade melhorando a vida em geral e não somente sexual.

Acredito que a medicação da ejaculação precoce, fará uma parceria adequada aos homens mais inseguros ou ansiosos, permitindo um aprofundar em suas questões intrapsíquicas.O que tem ajudado muito é a mudança no paradigma de homens e mulheres sobre a psicoterapia. O mito de que psicologia é para “loucos” ou “fracos” tem caído por terra.

A busca por ajuda torna-se mais comum. Até uns 20 anos atrás, o homem em sua maioria, só iria ao psicólogo encaminhado ou obrigado pela esposa ou médico. Hoje muitos homens procuram por decisão própria, para se conhecer, melhorar comportamentos apreendidos na família, querer ser melhor para si e como conseqüência, para os que o cercam. As mulheres continuam em sua busca de autovaloriza
ção, aprendendo a se amar cada vez mais.

Ver essa mudança sócia histórica consola o meu envelhecimento. É lindo fazer parte desse processo de mudança social.

 

QUANDO CESSA O AMOR
12/04/2012 21:10:23

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Quando cessa o amor.


Tenho 29 anos, e me casei com 18 e virgem.
Sou casada há 13 anos, tenho 2 filhos, percebo que não tenho aquela afinidade sexual com meu marido, já nós separamos e resolvemos recomeçar mas percebo que não sinto mais tesão, amor  e orgasmo com ele, tenho fantasias com outros homens e sozinha eu chego lá!, Sou jovem, tenho sede de viver, sede de amar novamente.

 Mas penso nele com pena de separar porque ele é bom marido.

 
Em nossa cultura, o romantismo tem uma forte influência nas relações amorosas. Casamos acreditando será para sempre, até que a morte nos separe e outros comandos culturais que nem sempre se transformam em realidade. Lamentavelmente, os livros de estórias, romances ou novelas nem sempre é a expressão de nossa vida. Acontece para alguns, mas não para todos.

Nossa leitora casou virgem aos 18 anos. Esse dado é importante. Suponho que era inexperiente, não tenha tido longos ou vários relacionamentos assim, não conhecendo as agruras e as delicias de uma relação a dois. Por ser virgem, não conheceu outras formas de amar, outras “pegadas” e assim saber como seu corpo responde a toques diferentes.

Nessa idade, muitas mulheres ainda são adolescentes, pouco maduras emocionalmente, embora saiba da existência de jovens mais novas e muito maduras. Penso que ela pulou etapas, enquanto deveria estar conhecendo a vida e suas múltiplas facetas, estava na fase das mulheres maduras, que sabiam escolher por ter tido as opções dessa escolha. Fica a aquele desejo de quero mais sem saber que mais é esse. 

Por ter prazer solitário, ela não tem problemas sexuais. Sua falta de tesão ou orgasmo é de natureza emocional, relacional. Também por motivos culturais certas mulheres necessitam amar e admirar seu parceiro para desenvolver o desejo e futuro orgasmo. Não adianta ir ao ginecologista e fazer exames.

Necessita buscar ajuda psicológica e examinar dentro de si, focando seu desejo, conhecendo sua maneira de ser poderá repensar o casamento, buscar uma terapia de casal para ajudar na melhoria ou no final menos doloroso.

Sei que uma separação é difícil, por varias razões, nossa leitora tem dois filhos e tudo isso pesa muito. É necessário conversar com o parceiro, buscar soluções, deixá-lo achar que está tudo bem não seria uma atitude madura e positiva. Quem sabe com essa atitude portas novas possam se abrir para novas possibilidades.

QUANDO A TIMIDEZ É MAIS FORTE.
12/04/2012 20:31:31

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QUANDO A TIMIDEZ É MAIS FORTE.

Sou solteiro, apesar de ser bastante extrovertido e conversar com qualquer pessoa em qualquer ocasião, eu travo totalmente quando estou a fim de paquerar o sexo oposto. Eu não consigo desenvolver nenhum assunto e conseqüentemente nunca tenho sucesso.
Só namorei uma vez na vida, porque eu fui agarrado, e foram as únicas vezes que tive relações sexuais freqüentes durante 1 ano e meio. Apesar de sentir prazer, eu prefiro me masturbar. Desde criança me masturbo e não consigo parar. Sinto que troco o sexo oposto por uma masturbação, mas sinto falta de ter alguém comigo, o que não consigo por causa de tanta timidez e insucessos.
Existe alguma relação da minha timidez com minha masturbação freqüente?


A questão de hoje, eu colei integralmente, primeiro por achar muito bem escrita e segundo porque atende a ambos os gêneros.

Atualmente, a “geração MSN”, os grupos de “amigos virtuais”, facilitam a comunicação e a profusão de uma amizade na telinha, alguns com câmeras ou áudio.

Essas pessoas são ótimas para falar superficialidades, brincadeiras, algumas mentiras, construindo um ego imaginário, ideal para si e para quem está do outro lado. (É claro que existem grupos com discussões sérias, verdadeiras e profundas).

Contudo, mesmo envolto na bruma da ilusão virtual, sabem quem são. Suas dificuldades, seus medos.

Uma coisa e ter amigos que nunca se viu, outra são ver, sentir, ouvir, correr risco de desagradar, frustrar-se.

No virtual tem sempre um bonequinho para fazer as pazes. Pois bem, essa geração tem dificuldades interrelacionais por não ter experiências concretas de amizades.

Assim na hora do olho no olho, da conquista e da possibilidade de falar o que o outro pode não gostar, trava. E, a isso dão o nome de timidez. Para mim, pode ser falta de segurança, incompetência, falta repertórios comportamentais, verbais. Experiência na vida real mesmo!

Em face de solidão e ao excesso de estimulo erótico que esses veículos possuem a masturbação torna-se a saída para o prazer seguro, sem comparações, sem dor.

Mas com o tempo a dor existencial, aquela que não tem matéria e que nenhum orgasmo solitário irá satisfazer, ao contrario, aumentará o que busca eliminar, tornar-se-á insuportável.

Quando uma criança se toca com freqüência costumamos dizer que ela tem algum problema emocional na família, uma vez que busca satisfação solitária por não ter o prazer emocional com seus pais. Nesses casos, a família precisa de ajuda e a busca de um profissional tornam-se necessária.

No caso de nosso leitor, acredito que em se arriscando às dores e aos prazeres da vida concreta, descobrindo o prazer da companhia, do beijo molhado, da aceleração do coração ao abraço, seus sintomas de timidez e masturbatórios deverão diminuir ou até cessar.

Sei que não será uma tarefa fácil. Aqueles que vivem seguros, mas presos em seus muros de pedras – virtuais ou não – é sempre uma aventura ansiosa o passeio pelo campo.

Uma vez eu li, mas não sei a origem, que a felicidade e a segurança nunca andam de mãos dadas.

AMOR ENTRE MULHERES
02/04/2012 18:16:43
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Amor entre mulheres


Esse título pertence a um trabalho de conclusão de Especialização em Sexualidade Humana na Universidade Gama Filho da Psicóloga Heloisa Castro.
 
A homossexualidade feminina também chamada de Lesbianismo é uma orientação da sexualidade inerente ao ser. Dentro do paradigma científico atual não temos uma aceitação unânime de sua causa, para os estudiosos da Sexualidade Humana é uma forma de expressão do afeto e do desejo sexual dos indivíduos não cabendo busca da causa como fator de possível mudança.
 
Em nossa cultura e falocrática, o pênis é o símbolo de força e poder e de ação no mundo. É o homem quem penetra, é ele quem dá o prazer a ela, enfim, uma série de mitos que coloca o macho no centro do mundo. Assim, a sexualidade feminina foi deixada fora do foco social. Às mulheres era e ainda é permitido dormirem na mesma cama, trocarem de roupas em quartos fechados, manifestação de carinho físico em público como se elas não tivessem a possibilidade da manifestação sexual pela ausência do pênis. Dessa forma o amor entre mulheres foi possível através das amizades íntimas e profundas. Diferente dos homens que sempre foram impedidos de manifestarem a afetividade entre seus iguais.
 
Importante lembrar que o amor da amizade entre mulheres não significa o lesbianismo. É um treino de amor que fazem as mulheres serem o que são. Atualmente em função da maior permissão da manifestação homossexual e sua divulgação o afeto singelo entre as meninas e adolescentes tem sido alvo de restrições com críticas, bullying o que ao meu ver atrapalha o desenvolvimento afetivo das mulheres. Amar se aprende amando e a amizade é uma forma de amor não sexual.
 
Da mesma forma que existe várias formas de amor e de amar entre os heterossexuais assim é o entre mulheres. Temos as que possuem o papel social feminino, outras se identificam com o masculino; e algumas que em sua prática sexual utilizam objetos representativos do pênis outras que abominam tal prática ficando as carícias e o sexo oral como forma de atingir o prazer; e algumas que não fazem sexo genital, apenas demonstrações de afetos e companheirismos tendo sua satisfação orgásmica geradas no autoerotismo. Portanto, não é imprescindível o pênis para a mulher ser feliz ou ter prazer sexual.
 
Como todo relacionamento amoroso as dificuldades, conflitos e neuroses também são presentes entre elas, mas isso não é por causa da orientação sexual e sim pela complexidade de todas as relações. No amor entre mulheres à proibição de manifestação social dificulta um pouco mais, levando-as a construção de grupos de iguais aonde podem manifestar-se abertamente nas casas de amigas, boates e bares gays.
 
Diferente dos homossexuais masculinos as mulheres gostam e lutam para terem relacionamentos afetivos e sexuais mais duradouros. Muitas vêm de casamentos tradicionais com filhos e conseguem fazer uma excelente adaptação à nova parceria constituindo famílias equilibradas, com filhos sem traumas e felizes. Embora possam receber algum tipo de bullying nas escolas, percebo que cada vez mais as instituições de ensino incluem essas famílias de forma bem saudável, impedindo os possíveis constrangimentos.
 
A ideia de maternidade costuma ser presente e para tanto a opção de adoção, inseminação artificial ou mesmo reprodução por algum amigo ou doador constroem a família que elas tanto necessitam. Imagino que alguns leitores estão discordando de meu texto quando eu escrevo a palavra “família”. A tradição religiosa e até mesmo civil preconiza a relação homem-mulher para obter esse título. Contudo, as mudanças de comportamentos tem levado a mudanças na legislação e em igrejas cristãs, sinal que o foco está no amor e na felicidade daqueles que constituem essas sociedades.
“Amar ao próximo como a ti mesmo e a Deus sobre todas as coisas”. Jesus Cristo.
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