Carlos Boechat
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"CURA GAY"
17/07/2013 20:14:59

Perguntaram-me sobre essa polêmica da "cura gay" e se realmente é possível a reversão da homossexualidade para a heterossexualidade.

Assunto espinhoso e complexo. Vou tentar nesse espaço algumas considerações, devo admitir que não se encerra o assunto e que há varias exceções a regra.

Segundo li pela imprensa o projeto do deputado visa retirar do Código Profissional dos Psicólogos, Normativo do Conselho Federal de Psicologia, o parágrafo que diz que é vedado ao psicólogo tratar a homossexualidade como doença com a intenção de reversão da orientação sexual.  No meu entender, cabe aos Conselhos de Psicologia legislar sobre sua própria profissão e não um legislador que não conhece a ciência psicológica. Para os psicólogos e psiquiatras a homossexualidade não é doença e, portanto não pode e nem precisa ser tratada. Para ser doença necessita ter um agente causador e nós entendemos que o desejo e amor pelo mesmo sexo é uma condição humana e não fruto de traumas, conflitos, aprendizagem, contaminação. A ciência não tem outra resposta a esta questão. Alguns estudos foram feitos, mas nenhum deles chegaram a uma conclusão definitiva. Sabemos, no entanto, que sempre existiu na espécie humana e é comum em outros animais. Isso não quer dizer que o homossexual não possa ser tratado em suas angustias, por ser discriminado, perseguido por uma sociedade que ainda é homofóbica. Tratado por não saber lidar com um sentimento e desejo cheio de segredos e proibições.  Além de que, como humano que é também traz seus problemas de família e emocionais. Não por ser por amar o mesmo sexo e sim por ser um ser humano...simples assim.

No trabalho clínico encontro pessoas que vem de terapeutas (não psicólogos),  que praticam o atendimento terapêutico em instituições religiosas e consultórios não registrados e reconhecidos por entidades de classe. Esses profissionais, se é que podemos assim os chamar, prometem a reversão da orientação sexual, e alguns utilizam de práticas que tendem a aumentar a repressão, o recalque desse desejo. O paciente, com uma força repressora maior consegue não externar o desejo, é estimulado a casar-se o mais rápido possível com o intuito de aprender a desejar e a amar o ser do sexo oposto. Em todos esses 29 anos de profissão não conhecem um caso de sucesso efetivo. Não estou querendo dizer que não existe, apenas não conheço.

Aparecem na clínica pessoas mais conflitadas, com sérios sintomas psicossomáticos, deprimidas ou vivendo vidas escondidas e, dessa forma, aumentando o risco de contaminações e sofrimento familiar e conjugal. Nas atividades sociais aparentam heterossexuais com família e filhos e via de regra, discursos homofóbicos, mas frequentam ambientes escondidos para expressar seus desejos. Afinal não podem admitir a homossexualidade nos outros por saber que algo dentro delas está preso e necessita constantemente ser amordaçado.

Há situações específicas de alterações dos desejos. Adolescentes que ainda são ambivalentes e que o desejo bissexual se manifesta e após algumas experiências homoeróticas, preferem a heterossexualidade. Esses ambivalentes não são homossexuais. A imaturidade sexual própria da idade não permitiu uma percepção clara de seus sentimentos e desejos. Diferente do adolescente que desde sempre se percebeu atraído pelo mesmo sexo.

Há casos de pessoas bissexuais que podem viver uma época homossexual e outra heterossexual.

Há casos de pessoas abusadas sexualmente na infância que trazem conflitos em sua orientação sexual. Neste caso, não se trata para a reversão da orientação e sim trabalhar as dores emocionais que o evento traumático propiciou.  O que a definirá como homo ou heterossexual  cabe somente a ela e não ao profissional.

A sociedade deveria aprender a lidar com a diferença. Temos problemas muito mais sérios para resolver como, por exemplo, a fome, saúde, segurança do que preocuparmos com quem que as pessoas amam ou fazem sexo. 

QUAL A DIFERENÇA ENTRE E DISFUNÇÃO ERÉTIL E FALTA DE TESÃO?"
17/07/2013 19:50:10

Disfunção erétil é quando o homem não consegue ter ereção para a atividade sexual seja ela oral, vaginal ou anal. Dentre várias causas podemos citar a ansiedade de desempenho, o uso de substâncias como álcool, maconha e outras drogas, conflitos de orientação sexual, inseguranças, problemas de origens orgânicas, ejaculação precoce  e falta de tesão.

A ansiedade de desempenho é a mais comum. Quando o homem está inseguro e se cobra um bom desempenho para demonstrar para a mulher ou para ele mesmo sua masculinidade gera ansiedade e esta acaba por bloquear o mecanismo da ereção em função do excesso de adrenalina no sangue.

A falta de tesão é a falta de desejo sexual. Uma disfunção que acomete a poucos homens, mas tem se tornado mais frequente nos últimos anos. O stress, excesso de trabalho, pouca atividade física, e alimentações inadequadas associadas às cobranças têm diminuído o desejo. Essa disfunção é complexa e de difícil tratamento uma vez que o homem levou um tempo em torno de 2 a 3 anos ou mais em situações bloqueadoras de seu apetite sexual e em muitos casos, não se lembra de quando e o que começou o processo. Acha normal e comum trabalhar demais, estafar, perder parentes por morte etc... E dessa forma vai diminuindo o sentir para poder aguentar os pesos que carrega. Chega um determinado dia que seu corpo não aguenta as pressões e aparece o sintoma de perda eretiva. Geralmente, ele arranja uma desculpa qualquer e prossegue a vida e em pouco tempo o sintoma está instaurado, mas ele já esqueceu tudo que lhe aconteceu anteriormente. Há casos que o homem tem ereções na masturbação, mas não tem interesse em praticar o ato sexual, fica com preguiça, sem motivação, justificando com desculpas racionais que afastam a parceira. Nesse momento é a mulher que busca ajuda para ela e inicia um processo de convencimento para que o marido procure o médico. Antes de procurar o sexólogo é necessário buscar o médico para verificar as condições físicas, se há necessidade de medicações antidepressivas, ou outras doenças que podem fazer o sintoma aparecer. Após isso iniciar-se um tratamento psicológico na busca das origens e na compreensão do modo de viver deste homem com a disfunção. A ajuda da parceira e a avaliação da relação conjugal se fazem necessária.

Portanto, a perda eretiva pode vir por causa da perda do tesão (= do desejo) e também a perda do desejo por vir por uma sucessão de frustrações causadas pela perda eretiva, pela vergonha dessa situação, fazendo com que o homem evite cada vez mais o sexo, que para ele transformou-se em martírio e não prazer.

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