Carlos Boechat
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ORGASMO! SIM OU NÃO?
22/07/2014 11:29:42

Perdi minha virgindade com meu atual namorado aos 18 anos.  No início eu gostava muito de sexo, mais sempre tive dificuldades pra chegar ao orgasmo. Antes eu achava que fosse insegurança ou ansiedade, mas 4 anos se passaram e a situação continua a mesma. As poucas vezes que consigo chegar ao orgasmo é através de sexo oral, nunca gozei por penetração. Eu sinto que o problema esta em mim, porque ele sempre faz tudo pra me agradar, sinto prazer mas não consigo.”

 

O prazer sexual é mais do que uma fricção de corpos, é também um encontro de almas. Para tanto precisamos estar prontos para a entrega, o cuidado a expressão de afeto. Estudos apontam que há 30% de mulheres com dificuldades ou incapacidade de ter orgasmos, sem que tenham causa física ou emocional. Nossa leitora nos informa que consegue ter orgasmo com o sexo oral, mesmo que seja eventualmente podemos superficialmente supor, que ela é capaz de obter o prazer mas algo a bloqueia.  Somente uma análise psicológica detalhada poderia nos fornecer indicativos de causas e possíveis tratamentos. Segundo ela seu parceiro é carinhoso e suponho que também não seja um ejaculador precoce, o que em muitos casos é fator de anorgasmia uma vez que este homem não tem paciência para dar e receber prazer e a rapidez ejaculatória impede a continuidade da penetração em tempo hábil para ela atingir o orgasmo.

Há mulheres que mesmo amando seus parceiros tem dificuldades por causa do medo de engravidar, medo de se soltar ao amor, traumas sexuais infantis ou adolescentes, enfim uma série de possibilidades impeditivas para a soltura. Outras têm medo do prazer ser um indicativo de pornografia ou de sexo como algo sujo, ficando o encontro sexual no período da paixão inicial que se desfaz com a continuidade do tempo.  Outras que por não terem a intenção de engravidar evitam o encontro vendo-o como algo não certo. Pensamentos muito comuns em seguidores de religiões fundamentalistas e com forte repressão.

Menopausa ou distúrbios hormonais tendem a diminuir o desejo, a lubrificação vaginal e como consequência o orgasmo. Somente o médico pode ajudar nestes casos. Na minha experiência clínica a problemática na maioria dos casos é emocional. Dificuldade de entrega, excesso de controle e comando tem influenciado, assim como a inabilidade do parceiro. Cada vez mais os homens estão vivendo o sexo na virtualidade, com a pornografia, masturbações frequentes no computador e dessa forma reproduzem na vida real o que veem nas suas telinhas ou fantasias e, com certeza, o desencontro com a mulher real é esperado. Suavidade, pegada, brincadeiras, variações de estimulações, romances, gentilezas e, principalmente, gostar de tocar e de sentir prazer com a mulher. Quando sentimos prazer, gostamos de continuar estimulando para obter mais prazer e assim propiciamos que a parceira atinja seus objetivos amorosos e sexuais.

 

 

CRIANÇAS MAIS PRECOCES?
17/07/2014 12:03:22

Tenho sido questionado sobre a precocidade da sexualidade nas crianças. Desejos de namorar, beijar na boca, e temas eróticos têm sido encontrados em idades cada vez menores. Percebemos também que a menstruação na faixa etária dos 9 aos 11 anos tem aumentado, transformando crianças em mulheres e homens cedo demais. Alguns médicos disseram-me que a melhora na alimentação, o excesso de estimulação erótica e de atividades intelectuais parece ser os causadores dessa precocidade menstrual.

Trabalho com crianças do 6º ano do ensino fundamental até o 1ºano do ensino médio no Centro Educacional Charles Darwin, e conversando com essas crianças notei que a menina de 10 anos que menstruou aos 9 já tem um corpo de mocinha e difere de suas colegas no tamanho e na maneira de pensar causando a ela sensação de ser diferente. Precisei de bons argumentos para tranquiliza-la em aceitar as mudanças que ocorrem.

Percebi alguns meninos de 10/11anos que perguntaram e  brincaram com temas nitidamente pornográficos. Não sabiam o que estavam falando, era claro que não praticavam o que perguntavam ou comentavam, mas tinham conhecimento de práticas e atitudes sexuais adultas. Com cuidado pude saber que eles assistem a filmes pornográficos e que em seus celulares continham pequenos filmes que compartilhavam com os amigos. Semelhantes às revistas pornográficas dos anos 80 que secretamente víamos nos nossos 15 a 16 anos, hoje se veem filmes explícitos aos 10 anos.

Importante lembrar que quando encontro com os jovens de 16 anos percebo que eles têm a crença que a prática sexual é igual ao filme pornô que eles veem desde a infância. A criança bem como o adolescente não tem maturidade e abstração suficiente para entender que um filme pornográfico não é uma verdade ou modelo a ser seguido em suas práticas sexuais reais. A pornografia é uma forma de excitação para a atividade sexual solitária e um estímulo a mais para a execução do sexo, mas não é um modelo.

Fazemos sexo parecido com o do filme, mas não igual. 40 minutos de penetração que o filme nos mostra é impossível na vida real. Colocação de objetos, punho na vagina não é o recomendável na vida a dois. Contudo nossos jovens assistem aos vídeos os mais variados e absurdos sem um juízo crítico sobre isso.

Cabe aos pais ficarem atentos ao que os filhos e filhas veem na internet e no caso de filmes eróticos se faz necessário ver junto com eles se possível e comentarem o que é real e possível no jogo amoroso. Importante educar as meninas sobre as intenções dos rapazes para que elas não se machuquem física e emocionalmente, afinal como eles são assíduos telespectadores irão tentar com elas o mesmo que faz com suas musas pornográficas.

Isso significa mais trabalho para nós os pais, mas é assim mesmo, filho dá trabalho e é nossa função educar e auxiliar na formação desses novos seres.

Penso que a precocidade também pode ser na permissão ou permissividade que nossas crianças estão tendo. No mundo do tudo pode, do tudo é normal a criança pode estar apenas expressando o que vê o que antigamente não nos era permitido. Ela tem acesso a toda informação em suas mãos com a tecnologia que damos a elas, portanto elas aprendem mais e falam sobre isso. Ainda não sei se elas estão mais maduras com tudo isso. Penso que não. Acho que elas sabem mais, mas sua maturação emocional não acompanha esse saber. Costuma dessa forma, trazer algumas confusões cognitivas e emocionais no decorrer de seu amadurecimento. Precisamos acompanhar e estarmos prontos para auxiliá-los, para tanto, também precisamos nos informar como eles, ler e conversar com outros adultos sobre a confusão que nós nos encontramos.

SEXUALIDADE DA MULHER
17/07/2014 11:45:41

No artigo de domingo tratei de alguns temas que foram apresentados pelas mulheres de São Domingos do Norte. Tal artigo suscitou muitas observações e um frenesi interessante. Por coincidência encontrei duas dessas mulheres no almoço de domingo e aprofundamos algumas questões.

Uma mais nova linda como uma madona renascentista, pele alva, elegante e silenciosa. Profissional da área da saúde e.... solitária, sem namorados ou um “ficante” como muitos chamam. A outra também bela, interessante, elegante, mais madura e também sem ninguém. Por força do destino, fomos servidos por um garçom que é protótipo do desejo de muitas mulheres e porque não dizer dos homens também. O alvoroço na mesa foi geral, até minha filha de 15 anos ficou agitada, olhinhos orbitando.  Observaram os olhos, o sorriso, a atenção que nos dava e, em tempo de Copa e de Hulk, o bumbum do rapaz, tempinho depois não aguentaram e falaram do suposto volume dizendo que o mesmo era bem servido de frente e de traz.

Creio que a conta subiu um pouco mais uma vez que a quantidade de agua, refrigerante e até sobremesa, para elas que estavam de regime, foi pedido pouco a pouco, cansei de contar às vezes que o rapaz veio à mesa. Instiguei um pouco mais e perguntei o que as atraiam além da beleza física?  foram unânimes, ele tem um ar de safado, de carente, de quem não vale nada... Na suposta inocência indaguei se era isso que elas queriam de um homem? Claro que não se fosse para ser namorado, mas para uma saída, uma ”pegada” um sexo casual ele é tudo de bom. Sem melindres, sem cerimonias, sem respeito. Então vocês mulheres pensam semelhante a nós homens nestas questões? Elas assustaram com a comparação. Para namorar ou algo sério um cara bacana é mais polido, comedido, mas com decisão e principalmente sabendo o que quer. Desta forma ser um cuidador, mantenedor da fêmea-parceira. Para o sexo algo mais intenso, sem barreiras, mas ao mesmo tempo desejado que esse “poço de hormônio” pudesse ser o príncipe dos salões de dança da infância perdida.

Complexo esse mundo! A carência sexual nos faz escolher o(a) parceiro(a) com pouca racionalidade. O impulso toma conta e corremos o risco de apaixonarmos pelo momento, pela conquista podendo assim quando o encontro passar, estarmos presos a uma ilusão de amor e de satisfação da carência e não a realidade, ou seja como o conquistador ou  conquistado realmente é. Vemos e sentimos tudo para permanecer no foco deste desejo, relegando toda e qualquer realidade que possam ser apresentadas. Simplesmente estamos cegos. O sexo torna-se maravilhoso, o amor torna-se eterno.  Até mesmo o  risco de contaminações corremos, pois na intensidade da pegada o preservativo é a última coisa a se pensar.

Quando começamos a ponderar sobre essas coisas e a perguntei a elas se sabiam como é a vida de um garçom? Seus horários disponíveis para possíveis encontros, seu salário para possíveis saídas e o assédio que ele sofre e sofrerá mesmo estando namorando, se dariam conta de uma relação assim? Olharam para mim com caras bravas e disseram, educadamente é claro: deixa de ser chato, agente só estava olhando e sonhando que mal há nisso? ”Rimos muito”. Trazer a realidade é fazer sumir o devaneio. Ao deixá-las em casa, não resistiram em dizer “mas que é uma delícia é mesmo!”

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