Carlos Boechat
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CRIANÇA MOÇA OU ...
Estive em festa de família e, na oportunidade, revi as varias gerações de primos. Dentre estes estava uma prima da 3ª geração, com 4 anos, muito comunicativa, provocadora e por assim o ser o centro das atenções por onde passava. Como todos colocavam-na no centro não pude deixar de me ocupar com ela. 
Em sua fala bem articulada, com uma fraNqueza e ironia capaz de virar personagem de desenho animado americano (Simpson).  Por exemplo, falava para minha Irmã com 58 anos que ela está velha e muito enrugada. Sua mãe não sabia aonde colocar a cara e resolveu sair de perto deixando as coisas acontecerem. Um comportamento que me chamou atenção é a quantidade de vezes que passa batom, olha no espelho de bolsa, passa gloss; em curtíssimos espaços de tempo. Parecia até um toc. Percebi o quanto era estimulada pelos adultos ao redor por essa atitude. Admiração, falas que a colocam no centro da atenção, até as chamadas educativas eram para ouvir a decisão dela e o adulto acatar. Fiquei impressionado. Depois veio as músicas e sensualidade dos passos, os movimentos de mãos e cabelos, os olhares para quem  a observava, a parceria de dança que os adultos faziam. Enfim, tinha hora que não dava para saber se era uma adulta pequena ou uma criança que não era criança.
Pensei na época da “dancinha na boca da garrafa” que havia platéia para ver crianças executar tamanha destreza erótica. Depois mães e tias admiradas não queriam que suas filhas tivessem beijos e sexo tão cedo. Importante dizer que não é porque uma criança brinca de adulto que ela terá sexo mais cedo. Mas acredito que o crescimento com essa percepção de mundo, naturaliza  e antecipa os conceitos eróticos que deverá aprender na adolescência. Tudo tem uma causa. Nada é da própria criança como costumo ouvir. Essa, do meu exemplo, tem um irmão que é a vida do avô. Para ele não há medida de diversão, brinquedos e afetos muito bem demonstrados. Quando perguntei sobre essa preferência o avô me disse que o neto homem era com ele e que as meninas eram com a avó. Comecei a entender. Ao ver a avó, uma mulher de 59 anos mais enfeitada que arvore de natal... Continuei entendendo...
Acredito que criança tem que ser criança. Descobrir o mundo ao seu redor, brincar, imitar seus amores paternos, lidarem com a competição entre irmãos... Tudo normal... Posso ser antiquado, mas penso que uma criança de qualquer sexo, que é estimulada desde cedo a desempenhar um papel de uma idade que virá, pode desenvolver a necessidade de novos comportamentos quando esse futuro chegar. Não é por menos que o IBGE apresentou resultados de pesquisa que 27,4% dos alunos até o nono ano (14 anos) já tiveram pelo menos uma experiência sexual. Assustador, se lembrarmos que essas relações são sem proteção e que o número dos portadores de HIV que mais crescem no país estão na faixa etária dos 12 aos 24 anos....
A vida sexual na mais tenra idade torna-se um risco a saúde pública. Pais que não se ocupam com seus filhos crescem em número. Já ouvi em meu consultório mulheres que querem ser mães para “ser igual a todo mundo” e ser incluída nas festas sociais de suas amigas. Não pode dar certo esse modelo de amor....
Precisamos brincar com nossas crianças. Conversar com elas. Saber o que pensam em que acreditam. Conhecer suas amigas e as casas que elas frequentam. Precisamos nos importar e , leitores, amar dá muito trabalho. Amar uma criança muito mais... Precisamos ter ações que demonstram nosso amor... Nossa importância. 
 
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