Carlos Boechat
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FALTA DE DESEJO SEXUAL
28/04/2014 19:08:36

“Tenho 26 anos e não tenho desejo sexual” (homem 26)

Em um e-mail extenso, o leitor relata que é casado, 26 anos e que sempre teve baixo interesse sexual inclusive masturbatório, casou achando que aumentaria por causa do amor, da disponibilidade e por achar sua esposa atraente. Apresenta perdas eretivas.

São Várias as possibilidades. Necessário que homens e mulheres portadores de disfunção sexual do desejo façam dosagem dos hormônios sexuais, hipofisário, tireoidiano, cortisol, além dos hemogramas tradicionais. Alimentação adequada e exercícios físicos são muito úteis para melhorar a condição física para o sexo. Se tudo estiver dentro da normalidade e a atividade sexual não se fizer satisfatória a  psicoterapia sexológica se faz necessária.

A disfunção sexual do desejo pode ser primaria quando o individuo nunca teve desejo sexual. Geralmente de causa orgânica ou fortes repressões e traumas infantis. Secundaria quando cessa o desejo após experimentá-lo por algum tempo. A origem pode ser hormonal ou psicológica.

Nas origens psicológicas encontramos mais comumente traumas infantis através de abusos sexuais, repressões religiosas que pregam o sexo como pecado ou cheio de normas de condutas que transformam o prazer em compromisso e peso em sua expressão. Temos ansiedade de desempenho, medo de não agradar, de não ser bom de cama que leva o(a)  jovem a travar sua expressão amorosa. Atualmente percebo jovens que por assistirem em demasia a filmes pornográficos, acreditam que a vida sexual é uma copia destes.  E é claro, que isso não é possível, portanto, a ignorância ou desconhecimento do próprio corpo e do corpo da parceira(o) contribuem para o desencontro do amor e da cama.

A primeira sugestão que dou a pacientes é que combinem com  quem ama a ficarem um período de tempo  conhecendo os próprios corpos. Fazendo carícias sem o compromisso de genitalidade, penetração etc. Assim prestando atenção ao que sentem, ao prazer que a pele propicia, ao cheiro, ao olhar  a excitação volta com mais força e principalmente, o sexo passa a ser algo natural (como é!) e tranquilo e não uma tarefa de performance  a ser avaliada. Sexo é encontro.

Há casos que não são simples de tratar. Problemas emocionais inconscientes, traumas profundos; que uma psicoterapia mais detalhada e longa se faz necessária. Cada ser tem sua complexidade, sua forma de encarar e resolver seus problemas e angústias. Não temos uma receita pronta. Se simples fosse, não seria necessário o profissional.

SER OU NÃO SER?
01/04/2014 20:20:38

Tenho 32 anos e ainda não consegui ter prazer sexual, meu namorado diz que eu sou muito travada e que precisava me soltar. O que ele quis dizer com isso?” (mulher 32 anos).

O que ele quis dizer com isso, não sei! Afinal só sabe quem o diz. Complexo pensar o que é ser uma mulher solta ou travada. Alguns homens, educados sexualmente por filmes pornográficos ou sexo virtual tem nas suas musas assistidas o modelo para suas mulheres reais. Esses, via de regra, estão sempre à busca da mulher perfeita na cama julgando de maneira muito tendenciosa suas parceiras casuais. Importante lembrar que tenho ouvido muitos relatos masculinos de que esse tipo de mulher “muito solta” não serve para casar e sim para namorar ou ficar. A justificativa é que essa mulher pode ser infiel com facilidade e avaliar seu desempenho. Admito certo incômodo quando ouço essas alegações, pois na minha cabeça, seria importante casar com uma mulher solta, com forte desejo sexual pois assim teríamos uma relação mais prazerosa, alegre e quem sabe duradoura. Acredito que o homem pensa assim por projetar na mulher suas próprias ações e desejos. “Ela fará o que eu faria ou faço”.

Uma mulher solta na cama, no meu entender, é aquela que gosta do que faz que não se intimida em tocar, criar, agir na relação. Sabe pedir, conhece seus pontos de prazer levando seu parceiro a tocar seu corpo de forma adequada. Além de ser atenta aos prazeres dele. Cada um buscando o seu e tendo prazer no gozo alheio. Seria uma troca de egoísmos levando ao orgasmo e a junção de almas como lucro final.

Na nossa cultura a mulher é educada para ser mais comedida e assim não assustar os homens e não ser rotulada de mulher “vadia” pelas “amigas”. Esses conflitos entre o desejo de expressar e as reservas culturais tendem a travar a espontaneidade do Encontro. Sugiro que os casais conversem, verbalmente, sobre o que pensam de tudo isso. Avaliem os medos e expectativas de cada um no encontro amoroso. Quais valores machistas e tradicionais cada um carrega e dessa forma, traçar um fazer adequado aos dois.

 

Sugiro que ambos conheçam mais sobre sexualidade, sensualidade e principalmente sobre seu corpo. Para as mulheres seria interessante se tocarem com mais frequência, descubram outras áreas de prazer, percebam como seus genitais reagem aos mais variados estímulos, pois só assim será possível compartilhar essa informação com ele. Lembrem, poucos homens conhecem verdadeiramente uma mulher. Boa parte conhecem mulheres imaginárias e estereotipadas das conversar de botequim. Caso a sensação de travar continue sugiro psicoterapia para compreender todo esse processo. 

SEXO NA ADOLESCÊNCIA
13/02/2014 12:19:18

Na semana passada estive na cidade de São Gabriel da Palha palestrando sobre sexualidade com cerca de 250 jovens estudantes do ensino médio na faixa etária de 16 a 23 anos. Eles fizeram uma pequena pesquisa sobre a conduta sexual. Apresentei os resultados fazendo as devidas considerações e abri para perguntas, que pelo volume, ficamos conversando por 4 horas seguidas.

O grupo pesquisado compunha de 138 mulheres e 106 homens e, em sua maioria com 17 anos. A maior parte das mulheres estavam com namorado fixo (52,17%) e os homens sozinhos(46,7%). Curiosa essa diferença, parece que para as mulheres, namorar é mais importante do que para os adolescentes masculinos que envoltos em sua imaturidade, medo de envolvimento tendem a preferir contatos fortuitos e casuais.

A grande maioria dos jovens pesquisados (acima de 70%) de ambos os sexos acreditam que o a relação sexual deve acontecer durante o namoro e antes do casamento e preferencialmente na faixa etária de 16 a 17 anos. Durante o debate o conteúdo das perguntas deixava claro que esses jovens desconhecem a anatomia do prazer feminino, tem a noção de que uma relação sexual é igual às cenas de filmes pornográficos afastando-os da realidade das sensações e das reais possibilidades sexuais. Essas fantasias aliadas à ignorância geram ansiedades, conflitos e disfunções sexuais como a ejaculação precoce e a falta de orgasmo feminino.

A prática masturbatória é mais frequente nos homens 63,60% do que nas mulheres 7,24%, perguntando a plateia moças apontaram que a masturbação não era importante uma vez que o orgasmo só tem sentido com a pessoa que se gosta. Claramente a construção sócio histórica da sexualidade com amor afastando a ideia de sexo por sexo como é comum aos homens. Para os homens a ideia da prática sexual solitária ou acompanhada é amplamente divulgada como a afirmação da masculinidade e virilidade.

Durante o namoro o sexo é essencial para 52,89% das mulheres e 73,80 % dos homens. Percebo que a diferença entre os gêneros a cada ano diminui. Embora com toda a ideia tradicional do sexo com amor e com o casamento, cada vez mais as jovens estão aceitando e querendo conhecer o prazer e desmistificando o valor da virgindade. Mas isso traz consequências.

Quando fazem sexo penetrativo 26,81% das mulheres 46,70% dos homens utilizam o preservativo. As mulheres, que fazem sexo com seus namorados, não utilizam o preservativo por acreditar na palavra do mesmo quanto à possiblidades de contaminações. Por amar, se entregam sem proteção. Para homens e mulheres jovens a preocupação é maior com a gravidez do que com contaminações. Penso que isso é algo preocupante e corrobora as estatísticas do Governo Federal que aponta um aumento da contaminação pelo vírus do HIV na faixa etária de 12 a 17 anos. Debatemos muito com esses jovens a necessidade da prevenção. Fazem sexo, querem agir como adultos, mas a ideia mágica “comigo nada acontece” prevalece.  O secretario de saúde do município estava presente a ressaltou o aumento dos casos de HIV e Sífilis e os convidou a participarem de uma ação da secretaria que fará exames gratuitos.

Extremamente importante, a meu ver, que ações de informação sobre sexualidade, divulgação sobre métodos preventivos precisam acontecer de forma mais massificadora para aumentar comportamentos saudáveis e diminuir fantasias errôneas.

O próprio programa do Novembro Azul, precisa mostrar de forma clara aos homens que o exame de próstata pode ser feito por coletas de sangue e ultrassom abdominal e que o temido toque retal só acontece se apresentar algum dado nos exames anteriores. Os homens morrem de câncer de próstata por machismo, creio que as informações precisas do procedimento dos exames preventivos poderiam ajudar bastante.

TAMANHO NÃO É DOCUMENTO
13/02/2014 12:04:22

“ Meu esposo tem um pênis que considero grande e ele gosta de penetrar sempre devagar e profundamente  proporcionando desconforto e falta de prazer. Já conversei com ele e a resposta é “é assim que eu gosto e sou”.

 

Quando li esse e-mail fiquei pensando se o artigo seria sobre anatomia e o prazer ou sobre desencontros e egoísmos. Na dúvida de qual discorrer, um pouco de cada um. E penso que completa o texto da semana passada.

Anatomicamente o canal vaginal, na maioria das mulheres, tem uma profundidade de 8 a 12 cm e a parte sensível ao prazer localiza-se nos 3 primeiros centímetros. Portanto ela pode acomodar vários tipos de pênis não necessitando de longos para obter o orgasmo. Um pênis mais grosso tende a ser mais eficiente do que o fino ou longo uma vez que a distensão da entrada vaginal traz maior contato do clitóris com o pênis. Mas não quer dizer que os homens de pênis mais finos teriam um problema. Basta saber como estimular, mexer quadril em sintonia com o prazer de ambos.

Em 1999, foi apresentado no Congresso Brasileiro de Urologia um estudo com 246 homens entre 19 e 75 anos e a avaliação do tamanho do pênis do brasileiro em ereção foi, em média, 14 cm de comprimento e 11 cm de circunferência. A ideia de quanto maior o pênis mais viril é um mito desenvolvido pela ignorância e comparação com animais do campo.

A excitação feminina proporciona o alongamento da vagina e sua lubrificação, portanto é necessário que o homem saiba como excitá-la com carícias adequadas a ela. O diálogo e a experimentação de coisas novas podem traçar um mapa do prazer no corpo de ambos. A comunicação sexual é a chave da satisfação.

Quando acontece um desencontro anatômico o casal pode adequar o prazer de cada um em momentos separados, ora fazendo do jeito dela ora do jeito dele. Mas a dor não pode existir. O homem que finge não estar vendo o desconforto faz a mulher sentir-se desprezada atrapalhando a troca amorosa. Ele pode penetrar um pouco menos, pode fazer devagar e profundo poucas vezes intercalando com forma prazerosa indicada por ela, enfim cada um se ocupando com o prazer pessoal e do outro. “O prazer só do meu jeito” é um indicativo de que a relação está em risco.

Há mulheres, que só conseguem o orgasmo com estimulação digital do clitóris e não adianta o homem ficar tempo prolongado penetrando que o prazer não acontecerá. Dessa forma, o casal pode ter o prazer penetrativo para ele e ao findar, dedica-se à forma adequada para ela. E ambos dormirão felizes e relaxados.

Agora, se uns dos parceiros insistem em ferir, em criticar ou em fazer sofrer o outro com a desculpa de sua anatomia, sugiro psicoterapia de casal, pois algo está sendo dito nessa relação pseudo amorosa.

 

INAPETÊNCIA SEXUAL
11/02/2014 20:07:34

“Sou casado há 13 anos, e eu e minha mulher ainda temos uma relação de muito amor e respeito. Só que o interesse sexual dela caiu consideravelmente, eu já tentei de tudo, mas ela não é mais a mesma. Informaram-me que estão lançando uma espécie de "viagra feminino", e que isso poderia salvar meu casamento. Isso é verdade? Ao que posso recorrer?”

A falta de desejo sexual tem sido uma disfunção sexual bem comum. De difícil tratamento por não apresentar claramente uma causa a ser trabalhada. Pode acontecer em homens e mulheres. Quando o corre no homem a perda eretiva se torna a principal queixa, mascarando assim uma problemática maior que é a falta do desejo.

Nosso leitor nos traz que eles têm uma relação de amor e respeito e mesmo assim há o desinteresse por parte da esposa. Primeiro é ele quem diz que há uma relação de amor. Não sabemos se esse amor ela também o sente ou está acomodada a uma relação conjugal sem tesão. É ele quem nos diz que há respeito, suponho que esteja se referindo a fidelidade conjugal, também não sabemos se é uma verdade da parte dela. Esses dois fatores precisam ser vistos e conversados com um profissional uma vez que é inviável a abertura de certos segredos nas relações amorosas, nem sempre o companheiro(a) suporta esse saber.

Na clínica é comum mulheres com esse sintoma apresentarem sinais de depressão, estafa ou stress. Há aquelas que estão cansadas com as triplas jornadas de trabalho, chegam em casa e ainda precisam dar atenção a filhos, casa e por fim ao marido. Geralmente, no final da noite ela não tem mais energia para o encontro amoroso. Quer banho, cama! O excesso de cobranças, desafios e resoluções de problemas, bem como o de informações e atividades, parecem tirar a mulher de seu foco, de sua sensação e percepção de si mesma. Ela precisa estar bem para funcionar sexualmente.

Sugiro buscarem ajuda psicológica, ir ao ginecologista para avaliações hormonais, conversar com o parceiro e filhos para dividir tarefas domésticas e organizar o tempo. Namorar um pouco mais sem a expectativa de genitalização. Dançar juntinho, passar hidratantes na pele um do outro, sair sem filhos pelo menos uma vez por semana enfim, aumentar a intimidade e a  proximidade. Verifico que casais gastam mais tempo vendo os e-mails a noite do que conversando e tocando seu parcerio(a). Alguns chegam ao absurdo de escrever em mensagens as conversas que deveria ter por voz ou presencialmente. Quanto mais utilizamos esses recursos, parece que nos afastamos da intimidade. Além dos ruídos na comunicação que pode ocasionar uma vez que a informação escrita não tem o tom vocal necessário para certos entendimentos, comprometendo ainda mais a troca e o Encontro.  

DESINTERESSE SEXUAL DO HOMEM
11/02/2014 19:52:24

1 - “Meu marido perdeu o interesse por sexo após no nascimento de nosso primeiro filho. Por quê?”.

 

Com a chegada do primeiro filho a relação afetiva é alterada bem como toda a relação matrimonial. O tempo do casal é diferente, as atenções e cuidados que tinham um com o outro é transferida para o bebê, a família outrora dual agora se reconfigura em uma tríade. .As influências das famílias de origem se tornam mais intensas, festas infantis tomam lugar das antigas saídas de lazer do casal. A mudança é bem significativa se ambos não estão unidos com a força do amor e do proposito da criação de filho.  É comum a mulher também perder o interesse sexual, pois além de tudo já falado, vem o aumento do cansaço, preocupações, angustia da mãe de primeira viagem, e algo mais profundo – ela se fusiona com sua “cria” não dando espaço para a participação do parceiro, excluindo da configuração familiar. Dessa forma, ele aos poucos vai procurando outras ocupações, outras atenções e se afasta da esposa que agora é mãe. A intimidade, erotização, charmes, se perdem na racional desculpa da maternidade.

Outro fator que faz o homem perder o desejo é ver sua esposa como mãe, trazendo desejos, traumas, rejeições sofridas em sua relação com sua própria mãe. Faz um mecanismo inconsciente de projeção e perde completamente o desejo sexual, pois este seria incestuoso em seu interior. Quando ele consegue se colocar como filho e ser adotado pela esposa-mãe, é possível que o casamento continue com fortes relações amorosas e de  parceria mas frias ou inexistentes no sexo. Uma psicoterapia é essencial nesses casos.

 

2 – “Após eu passar no concurso e ganhar mais do que ele percebo que nossas relações tem diminuído, cada vez mais espaçadas.”

 

Em nossa cultura, a força da masculinidade está no trabalho do homem. Ser o mantenedor dá este o poder e a segurança que a mulher e filhos precisam dele, e assim ele se sente útil, forte e viril. Quando esta representação de masculinidade é forte e estrutural em sua vida, a perda do emprego, aposentadoria ou mesmo a inversão do poder financeiro promove sentimentos de impotência, desvalor, podendo levá-lo a depressão, doenças psicossomáticas e perdas eretivas ou do desejo sexual. Ele está fragilizado e sofrendo. E como todo machista, sofre em silencio sem compartilhar ou dividir sua dor. Os sintomas é sua possível salvação, pois o levará a médicos e a psicólogos que poderão ajudar nessa passagem tão difícil. Compreensão e apoio são essenciais para a resolução de um conflito complexo e profundo embora para muitos possa parecer tolo, mas para esse tipo de homem é uma ferida muito séria. 

SEXO COM AMANTE
22/01/2014 15:33:40

“Tive algumas relações extraconjugais e fiquei impressionada como é mais interessante do que a com o meu marido. A culpa é grande e admito que após esses eventos minha relação com meu marido melhorou muito. Por quê?” (mulher 42 anos).

 

Há ditado popular que diz: “a  goiaba do vizinho é sempre mais gostosa do que a nossa” . E acrescento que às vezes a goiabeira pode ser a mesma, mas a goiaba difícil de pegar se torna a mais cobiçada. Coisa de humanos. Gostamos de desafios, do risco, da aventura. Parece que atingir uma meta nos traz sensações de satisfação, poder e melhora nossa estima.

Na questão sexual passa por algo semelhante. Após anos de casamento, fazendo sexo com a mesma pessoa, geralmente no mesmo lugar, sem novidades ou desafios a frequência tende a diminuir passando a prática sexual acontecer quando a carência está grande ou o medo de perda se torna presente. Há pessoas que fazem sexo pela obrigação do casamento, como cuidar da casa ou fazer a manutenção familiar.Com certeza, esse sexo não é gostoso nem interessante.

Quando se tem a oportunidade de ser desejada (o), seduzido e por fim ser tocado por uma pegada diferente é claro que as sensações e sentimentos ficam hiper excitados. O controle moral e religioso deu espaço para a experiência, para o novo, para medos e aventuras. Sair escondida, criar álibis, arrumar-se especialmente, perfumar-se e depilar-se fazem toda a diferença para o encontro. O coração bate apressado a cada ligação do celular, visitar e-mails ou redes sociais vira compulsão diária, em busca de um “olá” ou a marcação do encontro. Tudo é intenso, excitante.

Dessa forma o sexo tende, não necessariamente, a ser também intenso. A excitação sexual abundante e rápida resultando em orgasmo sem precedentes. Parece que o mundo parou, que não há mais hora, que não há mais nada. Se o mundo acabasse agora, estaria de bom tamanho.

Agora, experimente encontrar com frequência semanal, assuntos irão permear o encontro sexual, as diferenças de crenças e interesses aparecerão e a magia dos primeiros encontros se tornarão apenas reais.  Pode ser que continue a ser agradável, mas provavelmente menos intenso.  Se resolver casar com seu amante, o risco de não dar certo será grande. Afinal não se conhecem o suficiente, a intensidade vivida impede de ver a realidade e a insegurança da infidelidade marcará essa relação. Afinal, os dois são espertos traidores. Como então manter a confiança?

Que tal transformar seu parceiro (a) em seu amante? Que tal combinar encontros secretos, horários diferentes, roupas insólitas, locais impensados? Que tal ver filmes e livros que forneçam ideias de novas posições, brincadeiras ou fantasias?

Que tal serem livres na alma mesmo sendo casados? 

IDADE DO LOBO
16/01/2014 15:10:13

“Após um casamento de 26 anos meu marido de 50 anos saiu de casa para namorar uma mulher mais jovem. Sou uma mulher sexualmente ativa e atraente. Por que os homens são tão galinhas, não considerando os anos de relacionamento?”.

Discorrer sobre esse tema necessitaria de espaço de livro em vez de jornal. Vou ater-me à questão sexual embora um conjunto de fatores sociais seja crucial para o entendimento.
Os homens são constituídos sócio-historicamente como seres competitivos, resquícios dos caçadores primitivos, embora com séculos de evolução social essa característica se mantém uma vez que é sucesso na sobrevivência da espécie.
Com o passar dos anos, o homem começa a ter queda na produção de testosterona (hormônio sexual), tendo uma diminuição de desejo ou da resposta sexual (ereção /orgasmo)
Os anos de casamento monogâmico faz com que a experiência sexual torna-se repetitiva, monótona e pouco atraente, por mais bela que sua a parceira seja. Não é a beleza em si que leva o homem a buscar novas parceiras, mas a sedução, a conquista e uma sensação de estar no “páreo” com os outros machos mais jovens. Exemplo disso são casais de atores igualmente belos que traem ou buscam novas parcerias sexuais ou amorosas.

A busca por uma mulher mais jovem, além de ser um troféu a ser exibido para outros homens, trás uma resposta sexual rápida, e mais intensa o que já não acontece com sua parceira uma vez que a repetição do estimulo diminui a força da resposta sexual. Observamos em letras de música “para burro velho o melhor é capim novo” fortalecendo ideias machistas que normalizam comportamentos não levando em consideração a mulher, como se somente ele pudesse expressar sua sexualidade.

Comportamentos adolescentes também são observados nesta fase tais como: frequentar locais onde os amigos ou jovens estão; carro conversível; músicas que outrora criticava e roupas que pertençam à outra geração. É um grito desesperado por uma juventude perdida, não vivida ou até mesmo uma rejeição da idade que tem, resistindo às características da idade em vigor.

E, gostaria de lembrar também, que aos 50 anos um homem conseguir sentir uma paixão ou amor que só sentia na juventude, traz uma forte sensação de vida, de reiniciar, de valer à pena viver. É uma recarga na pilha da vida, que já estava baixa na falta de expectativa pelo “vir a ser”. Viver com intensidade esta fase da vida, trás de volta os sonhos e desejos... E isso.... É delicioso.

Evidentemente, não justifica a dor de nossa leitora, só explica, embora não conforte. Hoje temos também as mulheres reconstruindo suas vidas, com rapazes mais jovens ou mesmo aprendendo a serem felizes sem a necessidade de um homem. Nós, os homens! Ainda necessitamos da presença da mulher ou da família que ela representa.

CASAMENTO SEM TESÃO
16/01/2014 14:52:03

“Sou casada há 15 anos. Temos uma ótima relação de parceria, amizade, conversamos muito, temos planos para futuro, contudo eu não sinto mais vontade de fazer sexo com ele e ao mesmo tempo não quero traí-lo. Alguma dica?”

Acho que foi Clarisse Lispector que disse: “Ah! Quantas formas de amar!” Esse é um tipo de amor que você vive. Um amor mais amigo que com o passar do tempo transformou-se em fraternidade. Quando isso ocorre o desejo sexual vai diminuindo. Os Gregos chamavam esse tipo de amor de Ágape diferente do amor Eros que tem o desejo da carne, da conquista, do sexo.

Em nossa cultura somos condicionados a viver um para o outro, transformando a união de dois seres diferentes em seres iguais – chamo isso de simbiose. Deixamos de perceber nossas vontades, deixamos de perceber as diferenças, fazemos de nossa parceria um espelho egocêntrico e narcisista, enfim deixamos de trocar com a diferença nos tornando um só. A relação fica com poucas brigas ou até mesmo nenhuma, ficamos especialistas em ceder nossos desejos ou em transformar em nossos os desejos do outro, achando assim que atingimos o paraíso conjugal. Podemos até atingir a paz... Mas, uma paz sem tesão sexual pois este é criado pela falta, pela diferença, pela conquista, pela fome de sentir o outro pelas vias da sensorialidade e não pela via da racionalidade ou amorosidade romântica.

Viver em harmonia é a busca de todo casal, mas precisamos da falta para se ter desejo. Precisamos de certo distanciamento para ver o outro e dessa forma despertamos o desejo de tê-lo, tocá-lo, senti-lo.

Sugiro a leitora que busque uma terapia de casal, para avaliar e pesquisar outras possíveis causas da transformação da relação.

Sugiro férias do casal. Organizem ficarem no mínimo 10 dias sem se verem e se possível sem se falarem. Se tiverem filhos, que se faça um revezamento. Organizem como serão as regras de fidelidade, comunicação, dinheiro, enfim combinados para não ter surpresas que ferem e magoam. Após os 10 dias de cada um deixem as crianças na casa de alguém e saiam para ficarem, pelo menos, 12 horas sozinhos conversando sobre a experiência, dificuldades, saudades, etc.

Sugiro ver filmes românticos e eróticos juntos, irem a motel, e criarem fantasias eróticas mesmo que não a realizem. Pensar no outro eroticamente, mandar mensagens, enfim estimular o cérebro com informações sexuais com o seu parceiro. Se quiserem viver as fantasias pensadas que seja de comum acordo.

Se de tudo não der certo e a falta de desejo perdurar, há que se fazer escolhas:  viver como estão sob novas regras de fidelidade, viver no faz de conta que tudo está ótimo ou serem amigos suficientes para romper a relação e cada um torcer pela felicidade do outro mesmo que seja com outra pessoa.  Não é simples nem fácil, mas possível e realmente amoroso.

SEXO MAL COMEÇADO
07/12/2013 12:58:36

Recebi um e-mail de uma jovem de 25 anos que não consegue ter orgasmo com seu parceiro embora o tenha quando estimulada manualmente. Várias mulheres com problemas semelhantes têm reclamados dessa mesma condição.

Há casos que a mulher iniciou sua primeira vez na adolescência sem estar pronta. Ou seja, tinha a curiosidade sobre o que as amigas e as mídias divulgavam, mas não sentiam muito desejos, não conheciam seus corpos, não sabiam como funcionava seu prazer. Na primeira festa ou oportunidade que um homem a encanta e a seduz para a cama, sem muito pensar ou refletir, aceita o convite e descobre na prática que foi mais doloroso do que prazeroso, sem graça, e o pior o cara deixou claro que nada representou - simplesmente sexo. Muitas jovens carregam em si a fantasia do primeiro beijo, namoro e primeira transa como algo mágico, cheio de sonhos amorosos e claro, continuidade. Não conseguem entender como o homem transa e depois nem diz um olá ao cruzar pelas esquinas da vida. Quando assim ocorre é comum essas meninas levarem para sua vida adulta, mágoas, decepções em relação ao sexo e aos possíveis parceiros futuros.  Têm namorados, se relacionam, mas com uma reserva tamanha que não se entregam e dessa forma a relação sexual fica sem orgasmo.

Para muitas mulheres confiança, afetos, amor, são necessários para atingir o prazer sexual. Somente a estimulação de genitais não funciona para muitas. Elas necessitam ser associadas a um conjunto de fatores para ocorrer o prazer.

Outras iniciam sua vida sexual com homens pouco atenciosos, pouco carinhosos que não as estimulam de forma adequada, que estão mais interessados no rompimento da virgindade do que no bem estar da jovem mulher. Muitos homens também não têm informações sobre o corpo da mulher, sobre o prazer sexual feminino. O que aprende é por filme pornográfico, e pelo senso comum que muitas vezes são recheados de mitos, crenças e informações errôneas.

Embora o ato sexual seja algo instintivo, as relações afetivas e o prazer necessita ser aprendido, pois cada ser humano reage de uma forma única, cada corpo tem terminações nervosas para o prazer específicos, logo reproduzir  para todos o mesmo ato é fadado ao fracasso.

Sugiro que as mulheres exijam de seus parceiros carícias mais adequadas, ensinando-os e aprendendo com eles como o corpo de cada um reage. Sugiro conversar para saber o que cada um pensa sobre o assunto, para que as expectativas sejam claras e não fantasiosas. Para que a jovem quando for transar, amar o faça com um homem e não com um príncipe mítico que jamais será encontrado quando acordar do sono da paixão. Sei que falando assim perde-se o romantismo, mas como dizia Nelson Rodrigues “a vida como ela é!” Simples assim!.

"CURA GAY"
17/07/2013 20:14:59

Perguntaram-me sobre essa polêmica da "cura gay" e se realmente é possível a reversão da homossexualidade para a heterossexualidade.

Assunto espinhoso e complexo. Vou tentar nesse espaço algumas considerações, devo admitir que não se encerra o assunto e que há varias exceções a regra.

Segundo li pela imprensa o projeto do deputado visa retirar do Código Profissional dos Psicólogos, Normativo do Conselho Federal de Psicologia, o parágrafo que diz que é vedado ao psicólogo tratar a homossexualidade como doença com a intenção de reversão da orientação sexual.  No meu entender, cabe aos Conselhos de Psicologia legislar sobre sua própria profissão e não um legislador que não conhece a ciência psicológica. Para os psicólogos e psiquiatras a homossexualidade não é doença e, portanto não pode e nem precisa ser tratada. Para ser doença necessita ter um agente causador e nós entendemos que o desejo e amor pelo mesmo sexo é uma condição humana e não fruto de traumas, conflitos, aprendizagem, contaminação. A ciência não tem outra resposta a esta questão. Alguns estudos foram feitos, mas nenhum deles chegaram a uma conclusão definitiva. Sabemos, no entanto, que sempre existiu na espécie humana e é comum em outros animais. Isso não quer dizer que o homossexual não possa ser tratado em suas angustias, por ser discriminado, perseguido por uma sociedade que ainda é homofóbica. Tratado por não saber lidar com um sentimento e desejo cheio de segredos e proibições.  Além de que, como humano que é também traz seus problemas de família e emocionais. Não por ser por amar o mesmo sexo e sim por ser um ser humano...simples assim.

No trabalho clínico encontro pessoas que vem de terapeutas (não psicólogos),  que praticam o atendimento terapêutico em instituições religiosas e consultórios não registrados e reconhecidos por entidades de classe. Esses profissionais, se é que podemos assim os chamar, prometem a reversão da orientação sexual, e alguns utilizam de práticas que tendem a aumentar a repressão, o recalque desse desejo. O paciente, com uma força repressora maior consegue não externar o desejo, é estimulado a casar-se o mais rápido possível com o intuito de aprender a desejar e a amar o ser do sexo oposto. Em todos esses 29 anos de profissão não conhecem um caso de sucesso efetivo. Não estou querendo dizer que não existe, apenas não conheço.

Aparecem na clínica pessoas mais conflitadas, com sérios sintomas psicossomáticos, deprimidas ou vivendo vidas escondidas e, dessa forma, aumentando o risco de contaminações e sofrimento familiar e conjugal. Nas atividades sociais aparentam heterossexuais com família e filhos e via de regra, discursos homofóbicos, mas frequentam ambientes escondidos para expressar seus desejos. Afinal não podem admitir a homossexualidade nos outros por saber que algo dentro delas está preso e necessita constantemente ser amordaçado.

Há situações específicas de alterações dos desejos. Adolescentes que ainda são ambivalentes e que o desejo bissexual se manifesta e após algumas experiências homoeróticas, preferem a heterossexualidade. Esses ambivalentes não são homossexuais. A imaturidade sexual própria da idade não permitiu uma percepção clara de seus sentimentos e desejos. Diferente do adolescente que desde sempre se percebeu atraído pelo mesmo sexo.

Há casos de pessoas bissexuais que podem viver uma época homossexual e outra heterossexual.

Há casos de pessoas abusadas sexualmente na infância que trazem conflitos em sua orientação sexual. Neste caso, não se trata para a reversão da orientação e sim trabalhar as dores emocionais que o evento traumático propiciou.  O que a definirá como homo ou heterossexual  cabe somente a ela e não ao profissional.

A sociedade deveria aprender a lidar com a diferença. Temos problemas muito mais sérios para resolver como, por exemplo, a fome, saúde, segurança do que preocuparmos com quem que as pessoas amam ou fazem sexo. 

QUAL A DIFERENÇA ENTRE E DISFUNÇÃO ERÉTIL E FALTA DE TESÃO?"
17/07/2013 19:50:10

Disfunção erétil é quando o homem não consegue ter ereção para a atividade sexual seja ela oral, vaginal ou anal. Dentre várias causas podemos citar a ansiedade de desempenho, o uso de substâncias como álcool, maconha e outras drogas, conflitos de orientação sexual, inseguranças, problemas de origens orgânicas, ejaculação precoce  e falta de tesão.

A ansiedade de desempenho é a mais comum. Quando o homem está inseguro e se cobra um bom desempenho para demonstrar para a mulher ou para ele mesmo sua masculinidade gera ansiedade e esta acaba por bloquear o mecanismo da ereção em função do excesso de adrenalina no sangue.

A falta de tesão é a falta de desejo sexual. Uma disfunção que acomete a poucos homens, mas tem se tornado mais frequente nos últimos anos. O stress, excesso de trabalho, pouca atividade física, e alimentações inadequadas associadas às cobranças têm diminuído o desejo. Essa disfunção é complexa e de difícil tratamento uma vez que o homem levou um tempo em torno de 2 a 3 anos ou mais em situações bloqueadoras de seu apetite sexual e em muitos casos, não se lembra de quando e o que começou o processo. Acha normal e comum trabalhar demais, estafar, perder parentes por morte etc... E dessa forma vai diminuindo o sentir para poder aguentar os pesos que carrega. Chega um determinado dia que seu corpo não aguenta as pressões e aparece o sintoma de perda eretiva. Geralmente, ele arranja uma desculpa qualquer e prossegue a vida e em pouco tempo o sintoma está instaurado, mas ele já esqueceu tudo que lhe aconteceu anteriormente. Há casos que o homem tem ereções na masturbação, mas não tem interesse em praticar o ato sexual, fica com preguiça, sem motivação, justificando com desculpas racionais que afastam a parceira. Nesse momento é a mulher que busca ajuda para ela e inicia um processo de convencimento para que o marido procure o médico. Antes de procurar o sexólogo é necessário buscar o médico para verificar as condições físicas, se há necessidade de medicações antidepressivas, ou outras doenças que podem fazer o sintoma aparecer. Após isso iniciar-se um tratamento psicológico na busca das origens e na compreensão do modo de viver deste homem com a disfunção. A ajuda da parceira e a avaliação da relação conjugal se fazem necessária.

Portanto, a perda eretiva pode vir por causa da perda do tesão (= do desejo) e também a perda do desejo por vir por uma sucessão de frustrações causadas pela perda eretiva, pela vergonha dessa situação, fazendo com que o homem evite cada vez mais o sexo, que para ele transformou-se em martírio e não prazer.

INSEGURANÇA SEXUAL
24/06/2013 16:52:55

 Insegurança sexual

Tenho 25 anos meu namorado tem 34 anos, estamos namorando a 4 meses nós nos gostamos muito.Eu não tenho certa experiência em sexo, agora com esse namorado é que estou tendo e ele tem e muita, fico um pouco retraída com ele, apesar dele me passar segurança e também  ser muito carinhoso comigo eu  não estou conseguindo relaxar totalmente na transa.

A relação sexual genital para ser satisfatória requer conhecer o próprio corpo - como ele reage, pontos sensíveis e prazerosos; intimidade com a outra pessoa para que a entrega seja plena; segurança para diminuir ou sanar medos.

Como se vê, não basta querer fazer sexo e tudo será legal. Percebo que há homens e mulheres que não estão preparados para esse comportamento. Influências religiosas, conceitos morais inibem a soltura. Fazem o sexo, mas com culpa, remorsos e se sentindo que estão fazendo algo errado. Dessa forma a expressão do desejo não flui para uma excitação adequada com o orgasmo como recompensa. Acredito que nesses casos o casal precisa-se conversar um pouco mais sobre o tema, aumentar o tempo de intimidade com muitos beijos e carinhos não genitais para criar à intimidade, a confiança, a entrega. Ou mesmo chegarem à conclusão que ainda é cedo para a relação sexual, deixando passar um pouco mais o tempo de convivência e conhecimento mútuo.

Tenho percebido em palestras nas Escolas que os jovens adolescentes têm um conceito de sexo semelhante à pornografia assistida em sites específicos, dessa forma ficam com visão distorcida do encontro sexual e amoroso e quando iniciam a vida sexual percebem que a performace, as posições, o tempo do intercurso não é igual ao filme, gerando desconforto e ansiedade com possibilidades de disfunções eréteis ou orgásmicas.

Nossa leitora, precisa dizer ao seu companheiro que ela não é tão experiente, falar do seu limite, pedir paciência e aceitar o crescimento da intimidade, do prazer que irá acontecer se ela aceitar-se como uma aprendiz e não como uma atriz erótica e desta forma não precisar mostrar a ele que é a companheira ideal de cama. Provavelmente ele já percebeu e se ainda está com você é porque outros fatores emocionais estão mantendo o vínculo. Certos homens gostam de mulheres pouco experientes e desta forma eles podem ensinar e moldar ao seu gosto e também, não ser comparado com outros homens. Sugiro que neste primeiro momento um aumento dos carinhos sem a cobrança do orgasmo ou da penetração, descobrindo que o corpo é uma grande área de prazer não precisando ficar restrito aos centímetros genitais.

PERDA ERETIVA E EJACULAÇÃO PRECOCE
24/06/2013 16:50:15

Perda eretiva e ejaculação precoce

Tenho 37 anos e tenho dificuldade do meu pênis ficar duro. Quando consigo deixar ele duro gozo rápido e é comum gozar com ele mole? Isso vem acontecendo comigo depois dos 30 anos e sou casado!

O problema eretivo e o da ejaculação precoce embora sejam disfunções sexuais distintas pode ser uma consequência da outra. Ambas, via de regra, tem origem na ansiedade de desempenho, a ansiedade libera adrenalina que tende a inibir a ereção, o homem fica avaliando seu desempenho e não sente sua parceira, não discrimina os estímulos eróticos necessários a boa relação sexual.  

Homem com idade inferior aos 50 anos e com perda eretiva, na maioria dos casos a tem por problemas emocionais. Distúrbios vasculares e hormonais antes dos 40 são poucos comuns, mas mesmo assim, avaliação médica se faz necessária sempre que surgir o sintoma. Após os 50 anos quedas hormonais tornam-se mais frequente necessitando ações medicamentosas, alimentação adequada e prática de exercícios físicos.

O homem casado e monogâmico necessita que sua parceira aumente as estimulações eróticas, elogios e fantasias para que o desejo e a resposta sexual eretiva seja mais efetiva. Importante lembrar que não basta ver a mulher nua para se ter uma ereção e essa cobrança atrapalha o desempenho sexual.

Quando o homem tem casos de perda eretiva, gera uma forte ansiedade de desempenho e por medo falhar assim que consegue penetrar tende a ejacular aumentando dessa forma sua cobrança e mais ansiedade.  Instaurando as duas disfunções.

Por outro lado, quando tem ejaculação precoce-menos de 5 minutos de intercurso sexual por muito tempo, a frustração da parceira, a auto cobrança, a falta de orgasmo gera medos suficientes que podem inibir e desejo e a ereção. Nosso leitor relata uma ejaculação com flacidez peniana, isso sugere que a disfunção é de longo tempo e está chegou ao seu grau máximo. Nesse caso a terapia sexual terá melhor efeito com o uso de remédios antidepressivos que retardam a ejaculação, dessa forma o terapeuta e o cliente terão condições de executar as técnicas sexológicas necessárias. Nos casos da disfunção menos grave como esta, o uso de remédios não é indicado embora melhore o sintoma. Para uma cura definitiva a terapia sexual é mais indicada. Diminuir a ansiedade, compreender as causas de seus conflitos, adequarem à relação conjugal é o objetivo da psicoterapia sexual.

Importante que o homem portador da ejaculação precoce e da perda eretiva não demore a buscar ajuda uma vez que os benefícios da psicoterapia serão mais efetivos e a melhora conjugal se faz presente. 

FAZER AMOR COM A PESSOA QUE MAIS AMO
24/06/2013 16:45:17

Fazer amor com a pessoa que mais amo.

É POSSÍVEL UM HOMEM NÃO SE MASTURBAR? (OBS: SEM TER RELAÇÃO SEXUAL). FALE DOS BENEFÍCIOS, MALEFÍCIOS DA MASTURBAÇÃO, OU FALANDO COMO SE ORIGINA?, O QUE É?

A masturbação ou auto-erotismo é a caricia nos genitais com o objetivo de ter prazer e orgasmo. Para os homens é uma prática comum e frequente principalmente quando não tem uma parceira(o) sexual. Há homens que, mesmo com parceiras e sexo assíduos, gostam de se tocar e ter seu próprio orgasmo. Segundo relatos isso acontece com a prática da fantasia imaginativa, filmes pornôs e por não precisar demorar com preliminares quando estão com alguém. Outros o fazem para relaxar, dormir, passar tempo.  Nas mulheres também ocorre, mas com uma frequência menor. Acredita-se que a repressão sexual iniba sua expressão além do condicionamento social de sexo com amor. Quando praticam as carícias no genital e seios são suficientes para atingir o clímax, sem necessitar de penetrações vaginais.

O auto-erotismo auxilia a mulher a conhecer seu corpo, descobrir áreas sensíveis e prazerosas não trazendo nenhum problema de saúde ou físico. As adolescentes têm a fantasia de que a prática masturbatória irá engordar ou dar informações às pessoas sobre sua pratica erótica. Isso são mitos e não verdades.

O único malefício que percebo existir é quando o homem, desde a sua adolescência, busca o orgasmo de forma rápida podendo desenvolver a ejaculação precoce na vida adulta.

A compulsão masturbatória - quando a pessoa masturba-se com alta frequência - é um sintoma de que algo não esta bem. Há casos de homens e mulheres machucarem seus genitais por causa dessa intensidade e frequência.

Recebo queixas no consultório de mulheres de que seus maridos vêem filmes pornográficos masturbando-se, deixando-as solitárias e necessitadas de amor e sexo. Causando transtornos conjugais. Quando isso acontece, sugiro buscarem terapia de casal para trabalhar possíveis desencontros amorosos e sexuais.

Perguntam-me porque os homens têm mais necessidade sexual que as mulheres. Primeiro não sabemos por pesquisas recentes se essa premissa é verdadeira. Depois, o homem em sua construção sócio-histórica sempre foi estimulado à prática sexual como prova de sua masculinidade. Além do que a testosterona, hormônio masculino, aumenta o desejo e a prática sexual. Biologia aliada ao social traz essa expressão mais aberta do sexo. Para certos homens o sexo é separado do amor, carinho. Ele existe para dar prazer.

Fazer amor com a pessoa que mais amo. Essa frase diz tudo sobre a masturbação.

 

 

SEXO AOS 50 ANOS
07/05/2013 21:22:30

Sexo aos 50 anos

Tenho 50 anos e percebo que a necessidade imperiosa de sexo tem diminuído, por outro lado estar com a mulher que amo, apreciar o belo do dia a dia tem sido muito bom. Está certo isso?

O homem ou mulher de 50 anos ou mais, já amou e foi amado, continua amando, teve vários relacionamentos, sofreu, viveu varias situações intensas em sua vida. O sexo é uma parte importante para os homens. (não que não seja para as mulheres!) Parece que além do prazer que proporciona, ele 

define e fortalece o que se entende por masculino. A testosterona, hormônio masculino, impulsiona para esse maior desejo, enfim, como dizem as mulheres, o homem só pensa naquilo. Hormônio e cultura fazem a mistura que somos.

Face às experiências sentidas durante a vida, a prática sexual pode deixar de ser o foco por ter percebido que há mais na vida do que o orgasmo ou a vaidade de provar que é homem. Esses entendem que os prazeres estão em outras formas de expressões. Alguns só tiveram a oportunidade de amar na meia idade e quando o experimentam tendem a envolverem-se intensamente deixando a prática sexual como um acessório dos múltiplos prazeres que experimentam.  Somente quando amam conseguem prestar atenção ao sorriso, à textura da pele da amada, a beleza do dia de sol. Entregam-se a sensações e sentimentos que a juventude não permitia por terem que provarem o tempo todo que eram os machos. Aos 50 anos já se sabe, não precisam provar nada.

Importante lembrar que a partir dos 45 anos é comum iniciar a queda da testosterona diminuindo o desejo e em alguns casos a ereção. Precisamos entender que o processo de envelhecimento nos transforma e que o tesão dos 30 anos não será o mesmo. Diminui-se a intensidade, mas não a manifestação.

No caso de perdas eretivas frequentes a reposição hormonal pode ser indicada, mas tudo com sério critério médico. Necessitamos de estímulos eróticos adicionais, que nossa amada nos toque com mais intensidade, que manifeste mais desejo por nosso corpo, desta forma a ereção se torna mais rápida e permanente.

Quando estamos enamorados ou apaixonados sentir a pele, o cheiro e o orgasmo é algo que beira o divino. Contudo, estar ao lado da pessoa amada, vendo a vida como ela vê, compartilhando suas impressões da vida já tão vivida, apreciando as belezas do cotidiano que a luta do trabalho e das obrigações impediam tende a dar um colorido especial à vida. Como uma tela de aquarela: pinceladas simples, suavidade diluída, traços despretensiosos construindo uma realidade de leveza e beleza impar.
Então, não há nada de errado em você se descobrir com menor frequência sexual, mas sentindo-se mais vivo, mas atento aos outros prazeres possíveis que a luta de toda uma vida lhe oferece como prêmios por tantas vitórias e derrotas.

A GOIABA DO VIZINHO SEMPRE É A MELHOR?
07/05/2013 20:51:25

A goiaba do vizinho sempre é a melhor?

Corri o risco de trair meu marido e percebi o quanto que foi melhor. Estou morrendo de medo de acabar meu casamento por isso? Meu esposo tem tantas qualidades e acho que eu ainda o amo. 

Um amigo ofereceu-me uma taça de um vinho que custa R$1.200,00 a garrafa. Assustei-me, meus olhos brilharam, minha boca encheu de água, minha mente de desejos. Estava inteira para aquele momento. Mas, a sabedoria que às vezes me acompanha, cochichou em meu ouvido: "e depois, como conseguirá beber o vinho que você pode pagar". A frustração abateu-me, a realidade secou minha boca, meus olhos viram só o que era possível e, elegantemente, disse ao amigo que estava tomando antibióticos e que ficaria para outra oportunidade. Pedi um suco de fruta.

Quando entramos em uma aventura sexual temos que ter a noção dos riscos que tudo isso envolve: doenças, gravidez, agressão, orgasmo, alegria e a comparação.

Quando comparamos algo novo com o cotidiano este tende a perder. A pessoa, o corpo, o cheiro, o sexo novo traz uma experiência intensa e diferente. Precisamos aproveitar o momento, o segredo, as possibilidades que surgem e que podem não aparecer novamente. Enfim tudo nos excita.

O sexo do cotidiano faz-nos sentir mais calmo, menos intenso uma vez que se não der para ser hoje faremos em outro dia. O corpo já é nosso conhecido, as posições sexuais tendem a serem as mesmas, enfim, a rotina tem outro sabor. Mas é a possível!

O sexo com o parceiro novo é bom enquanto for novo. Breve o novo vira rotina como qualquer outro. Precisamos nos perguntar se queremos uma pessoa bacana conosco ou estamos em busca de fortes emoções? As duas, muitos dizem. Acredito que há pessoas que consigam essa façanha de unir fortes emoções com a rotina. Para isso ambos têm que estarem muito determinados, envolvidos na contínua tarefa de buscar e produzir essa novidade.

Mas os leitores comuns, que têm filhos para criar. Contas a pagar. "Leões a matar" todos os dias acabam deixando essa energia criativa do sexo para a sobrevivência pessoal e da família. Outros valores vão sendo editados, outras metas a serem atingidas contentando-se com uma relação sexual mais comum, menos intensa e freqüente.

Comparação leva ao prejuízo. Experimentar uma relação extraconjugal com todos os riscos e culpas precisa ser encarada como uma aventura, um extra de seu cotidiano e não uma possibilidade de novo encontro.  Percebo que muitas mulheres tendem a associar o sexo ao amor e ao romantismo e assim fazendo correm riscos ainda maiores de perderem as boas relações já construídas. Escuto elas dizerem que se "buscou fora de casa era porque em casa estava ruim". Penso que isso é mais um discurso que justifica do que a verdade. Por outro lado, escuto de tantas outras que conseguem separar sexo e afetividade e tem a prática extraconjugal como uma diversão corporal, uma experiência aventureira e excitatória. Essas mulheres não pensam no momento em separarem de seus maridos. Sexo como diversão somente isso!. Esse grupo não são tão frequentes como o anterior, mas existem e crescem a cada dia.

O mais comum são mulheres que traem culpabilizam-se moral ou religiosamente e comparam, achando que o novo príncipe é melhor do que aquele que mora em seu castelo. Seu mundo desaba, surgem as fantasias de uma nova vida, novas emoções e novos castelos. São fantasias longe de uma realidade que traz as variáveis constantes e intrínsecas da vida a dois. Podemos variar, somos livres para fazer o que queremos, mas tudo tem um preço e tudo tem uma forma de ser e... "Nem tudo que nos é lícito nos convêm".


O QUE É VIRGINDADE?
07/05/2013 20:39:07

O que é virgindade.

Namoro com uma garota por pressão dos meus pais por ela ser crente. Fiz sexo oral e ela ficou com nojo. Depois coloquei um dedo em um lugar que acho que era vagina e ela sentiu muita dor. Será que ela é virgem ainda? Será que ela ta me enrolando com esse papo de virgem?

Teoricamente a virgindade é a presença do hímem - pele fina que fica na entrada da vagina.  Pode ser de varias formas, mas em sua maioria já tem alguma perfuração para permitir a passagem do sangue menstrual. Há casos de jovens que necessitam fazer perfuração artificial com bisturi médico, mas são casos raros. Há casos de mulheres que nascem sem hímens e há aquelas que os hímens não se romperão nos primeiros coitos - chamados hímens complacentes.

Partindo dessa definição será que podemos dizer que uma mulher é virgem pela presença ou ausência de seu hímem? E aquelas que nasceram sem hímens, que não sangraram na primeira relação terão que passarem pelos constrangimentos das dúvidas? Ou terão que mentirem afastando as verdades dos encontros amorosos?

Fazer sexo oral, sexo anal mantém a mulher virgem? Mesmo com seu hímem e vagina intacta? Quando converso com adolescentes em palestras eles declaram que as mulheres não são mais virgens a partir do momento que elas fazem outras formas de sexo. Palavras dos jovens!

Nosso leitor namora sem interesse e está transformando o sexo na meta desse encontro. Não havendo o afeto o relacionamento se materializa, os valores pessoais deixam de serem importantes e as qualidades da moça - ser crente – é mero detalhe.

Os homens, via de regra, têm interesses em mulheres virgens para serem os que inauguram a vida sexual delas, para não serem comparados com outros homens e outros pênis e assim sentem-se grandes, fortes e viris. Mas e a mulher?

A moça queixa-se de dor com a inserção do dedo, tem nojo do sexo oral dele nela. Ou seja, Ela não está preparada para o sexo neste momento de sua vida. Suponho que a orientação religiosa seja um dos fatores impeditivos, mas mesmo assim ela se permite constrangida, as investidas de seu namorado "contratado". Ele não está ali por causa dela, mas sim por ela ter uma característica religiosa que a faz uma "boa moça" aos olhos dos pais e dos adultos. 

A boa moça precisa sofrer com dor? A boa moça precisa agradar ao homem desagradando a si mesma? Penso que não.

Acredito que não basta ser crente para ser virgem e boa moça. Predicados pessoais independem de religiões. Há mulheres atéias que são virgens por convicções, por escolhas e não imposições ou ameaças de danações infernais.  Ela precisa de orientação de seus pais sobre a temática sexual, sobre as intenções masculinas, conhecer seu corpo, estima adequada para conseguir dizer não, se assim o quiser.

Por outro lado esse rapaz pressionado ao namoro também deveria receber informações sobre o que é respeito, sobre o corpo feminino, sobre valores e além de tudo ser respeitado como pessoa com poder de escolha. Em pleno século XXI pressões religiosas para relacionamentos amorosos são absurdas e como conseqüências estão trazendo dores e infelicidades. Mas eu tenho um consolo: O jovem escreveu para o meu email. Ele lê os artigos sobre sexualidade nessa Revista, então acredito que há chance dele avaliar melhor sobre seus atos, sobre a moça que está com ele e sobre a imposição que está sofrendo. Pensar sobre nós mesmos são caminhos que clareiam nossos equilíbrios emocionais.

 

MUDANÇAS DE DESEJOS
07/05/2013 20:37:48

Mudanças de desejos

Sempre tive uma boa relação sexual com meu marido, depois da gravidez não fazemos mais sexo. Ele diz que engordei, embora não me veja assim e admito que não sinta mais desejo por ele. Somos bons amigos, mas não sinto tesão. Por que após a gravidez aconteceu isso?

Vários fatores podem diminuir o desejo sexual em um casamento, tais como: a rotina, mudanças corporais, falta de tempo, de admiração, problemas hormonais e outros desejos. Nossa leitora relata vários deles por isso não podemos dizer com precisão o que esteja acontecendo.

Quando a mulher engravida, alguns homens sentem receio da prática sexual por temer tocar o feto com o pênis e machucá-lo (puro mito), a  grávida às vezes tem enjôo, cansaço e não se interessa por sexo uma vez que vive para o  seu momento. Tende a não se enfeitar, esquece das necessidades sexuais do marido uma vez que ela não as tem. Dessa forma há um pequeno afastamento na relação conjugal. Se as bases dessa relação são sólidas, o amor profundo é uma fase que passa, principalmente quando ele engravida junto, ou seja, curte a barriga, interessa pelos assuntos que cercam o casal. Contudo quando há pendências na relação é comum o homem que se sente abandonado buscar outras parcerias para o sexo ou mesmo para ter uma atenção especial. Explica mas não justifica!  Em face desse afastamento as diferenças tendem a aumentar e os defeitos serem mais observados, enfim, perde-se a magia do amor, do respeito. Quando isso ocorre necessário que o par busque ajuda na terapia conjugal, em grupos de casais que discutem esse tema, ou até mesmo uma outra pessoa mais amiga e experiente para que possam terem um olhar de fora do calor das discussões.

O marido precisa entender que esse momento da gravidez e do primeiro ano de vida da criança tende a ser tenso para a mulher. Inexperiência da maternidade, mudanças corporais, inseguranças, conflito emocional por ter que se separar do bebe para o trabalho, enfim um turbilhão de emoções que interferem no desejo e práticas sexuais.

A esposa precisa entender que, se o marido não engravidou junto, ele não consegue entender sua prioridade, sente-se enciumado por não ter a atenção devida. Carente de sexo, de atenção, de importância. Tudo isso mexe com a virilidade e sua vaidade.  Penso que a esposa mesmo sem interesse em sexo genital, poderia sugerir algumas brincadeiras sexuais que o façam ter prazer e, além disso, tentar, várias vezes, explicar o que se passa nesse momento só seu.

As mulheres tendem a achar que os homens conseguem entender facilmente esse processo como se fosse natural para eles. Não o é! Há homens que não conseguem entender nada disso, pensando que é “frescura”, abandono e chatices femininas.

Outra questão comum na prática clínica é a mulher que, inconscientemente, casou para ser mãe e após ter atingido seu alvo desinteressa pelo casamento fazendo o possível para o homem distanciar e separar. Assim, ela sai de vítima e com seu filho nos braços.

Não posso esquecer também dos fatores hormonais que, em algumas mulheres, interferem em seus desejos sexuais. Há mulheres que não sentem desejos durante a gravidez, outras durante as amamentações e outras exatamente ao contrario, têm um fogo sexual como nunca. É somos seres plurais!

ADOLESCENTE SEM ORGASMO
10/04/2013 11:17:33

Adolescente sem orgasmo.

 

Tenho 18 anos minha primeira relação foi com meu namorado aos 16 anos. Não tenho orgasmo e não tenho sensibilidade no canal vaginal. No clitóris é gostoso, mas não chego ao orgasmo, nem sozinha! Já tive orgasmo em sonhos. Isso é possível? É normal a mulher não ter sensação na vagina?

 

O orgasmo feminino não é uma simples fricção de pênis ou estimulação clitoridiana. A mulher, via de regra, recebe influências sociais e emocionais que interfere na percepção do prazer. Conflitos emocionais e religiosos, medo de gravidez, insegurança no ato sexual, medo da reação do parceiro e inúmeras fantasias catastróficas inviabilizam todos os processos do sentir.

Nossa adolescente iniciou sua vida sexual com seu namorado e suponho que a fez amando e em situações adequadas tais como: local adequado e prevenções. Mesmo nessa situação ideal, conflitos morais como desobediência com os pais e conceito de pecado podem influenciar bastante. Outro fator forte nessa fase é o medo de ser “falada”.  Da relação com o namorado terminar após conseguir o sexo, de não ser interessante, além de complexos corporais como focar na celulite ou estrias perdidas no corpo. Fixar no que acredita ser problema afasta do prazer orgástico.

Existe o aspecto do homem na relação. Importante verificar se ele é portador de ejaculação precoce. Esse fator é crucial para o prazer penetrativo e se as carícias executadas no clitóris são boas o suficiente. O homem não nasce sabendo como agradar a uma mulher e cada uma é bem diferente da outra, portanto, a comunicação se torna imperativa no sexo prazeroso. Contudo essa mulher me relata que não tem prazer na masturbação embora experimente uma sensação agradável no clitóris e nada no canal vaginal. Esse fato não é comum. Necessário buscar avaliação do ginecologista e provavelmente uma psicoterapia sexológica. Por quê? Ela já teve orgasmo durante o sonho, portanto a capacidade neurológica de prazer está saudável. Creio que o bloqueio é emocional por razões impossíveis de afirmar além das possibilidades já afirmadas acima.

Importante lembrar que se a falta de orgasmo não é um problema para o par e se o prazer possível satisfaz a ambos talvez não seja necessário procurar ajuda. Na minha experiência clínica os homens ficam inquietos quando a mulher não tem orgasmo. Parece que para nós homens, isto é um atestado da nossa incompetência ela não ter prazer com nosso pênis, podendo trazer problemas relacionais no futuro, com outros parceiros.

Existe relatos clínicos e de pesquisas que em torno de 30% das mulheres não têm orgasmos e destes cerca de 12% sem causa aparente ou justificável. A entrega, a perda do controle sobre as coisas ajudam bastante no prazer. Mulheres controladoras tendem a terem dificuldades, uma vez que a percepção orgástica, além de uma descontração muscular, é uma entrega. Se existir controle não existirá entrega.

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