Carlos Boechat
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SEXO COM AMANTE
22/01/2014 15:33:40

“Tive algumas relações extraconjugais e fiquei impressionada como é mais interessante do que a com o meu marido. A culpa é grande e admito que após esses eventos minha relação com meu marido melhorou muito. Por quê?” (mulher 42 anos).

 

Há ditado popular que diz: “a  goiaba do vizinho é sempre mais gostosa do que a nossa” . E acrescento que às vezes a goiabeira pode ser a mesma, mas a goiaba difícil de pegar se torna a mais cobiçada. Coisa de humanos. Gostamos de desafios, do risco, da aventura. Parece que atingir uma meta nos traz sensações de satisfação, poder e melhora nossa estima.

Na questão sexual passa por algo semelhante. Após anos de casamento, fazendo sexo com a mesma pessoa, geralmente no mesmo lugar, sem novidades ou desafios a frequência tende a diminuir passando a prática sexual acontecer quando a carência está grande ou o medo de perda se torna presente. Há pessoas que fazem sexo pela obrigação do casamento, como cuidar da casa ou fazer a manutenção familiar.Com certeza, esse sexo não é gostoso nem interessante.

Quando se tem a oportunidade de ser desejada (o), seduzido e por fim ser tocado por uma pegada diferente é claro que as sensações e sentimentos ficam hiper excitados. O controle moral e religioso deu espaço para a experiência, para o novo, para medos e aventuras. Sair escondida, criar álibis, arrumar-se especialmente, perfumar-se e depilar-se fazem toda a diferença para o encontro. O coração bate apressado a cada ligação do celular, visitar e-mails ou redes sociais vira compulsão diária, em busca de um “olá” ou a marcação do encontro. Tudo é intenso, excitante.

Dessa forma o sexo tende, não necessariamente, a ser também intenso. A excitação sexual abundante e rápida resultando em orgasmo sem precedentes. Parece que o mundo parou, que não há mais hora, que não há mais nada. Se o mundo acabasse agora, estaria de bom tamanho.

Agora, experimente encontrar com frequência semanal, assuntos irão permear o encontro sexual, as diferenças de crenças e interesses aparecerão e a magia dos primeiros encontros se tornarão apenas reais.  Pode ser que continue a ser agradável, mas provavelmente menos intenso.  Se resolver casar com seu amante, o risco de não dar certo será grande. Afinal não se conhecem o suficiente, a intensidade vivida impede de ver a realidade e a insegurança da infidelidade marcará essa relação. Afinal, os dois são espertos traidores. Como então manter a confiança?

Que tal transformar seu parceiro (a) em seu amante? Que tal combinar encontros secretos, horários diferentes, roupas insólitas, locais impensados? Que tal ver filmes e livros que forneçam ideias de novas posições, brincadeiras ou fantasias?

Que tal serem livres na alma mesmo sendo casados? 

IDADE DO LOBO
16/01/2014 15:10:13

“Após um casamento de 26 anos meu marido de 50 anos saiu de casa para namorar uma mulher mais jovem. Sou uma mulher sexualmente ativa e atraente. Por que os homens são tão galinhas, não considerando os anos de relacionamento?”.

Discorrer sobre esse tema necessitaria de espaço de livro em vez de jornal. Vou ater-me à questão sexual embora um conjunto de fatores sociais seja crucial para o entendimento.
Os homens são constituídos sócio-historicamente como seres competitivos, resquícios dos caçadores primitivos, embora com séculos de evolução social essa característica se mantém uma vez que é sucesso na sobrevivência da espécie.
Com o passar dos anos, o homem começa a ter queda na produção de testosterona (hormônio sexual), tendo uma diminuição de desejo ou da resposta sexual (ereção /orgasmo)
Os anos de casamento monogâmico faz com que a experiência sexual torna-se repetitiva, monótona e pouco atraente, por mais bela que sua a parceira seja. Não é a beleza em si que leva o homem a buscar novas parceiras, mas a sedução, a conquista e uma sensação de estar no “páreo” com os outros machos mais jovens. Exemplo disso são casais de atores igualmente belos que traem ou buscam novas parcerias sexuais ou amorosas.

A busca por uma mulher mais jovem, além de ser um troféu a ser exibido para outros homens, trás uma resposta sexual rápida, e mais intensa o que já não acontece com sua parceira uma vez que a repetição do estimulo diminui a força da resposta sexual. Observamos em letras de música “para burro velho o melhor é capim novo” fortalecendo ideias machistas que normalizam comportamentos não levando em consideração a mulher, como se somente ele pudesse expressar sua sexualidade.

Comportamentos adolescentes também são observados nesta fase tais como: frequentar locais onde os amigos ou jovens estão; carro conversível; músicas que outrora criticava e roupas que pertençam à outra geração. É um grito desesperado por uma juventude perdida, não vivida ou até mesmo uma rejeição da idade que tem, resistindo às características da idade em vigor.

E, gostaria de lembrar também, que aos 50 anos um homem conseguir sentir uma paixão ou amor que só sentia na juventude, traz uma forte sensação de vida, de reiniciar, de valer à pena viver. É uma recarga na pilha da vida, que já estava baixa na falta de expectativa pelo “vir a ser”. Viver com intensidade esta fase da vida, trás de volta os sonhos e desejos... E isso.... É delicioso.

Evidentemente, não justifica a dor de nossa leitora, só explica, embora não conforte. Hoje temos também as mulheres reconstruindo suas vidas, com rapazes mais jovens ou mesmo aprendendo a serem felizes sem a necessidade de um homem. Nós, os homens! Ainda necessitamos da presença da mulher ou da família que ela representa.

CASAMENTO SEM TESÃO
16/01/2014 14:52:03

“Sou casada há 15 anos. Temos uma ótima relação de parceria, amizade, conversamos muito, temos planos para futuro, contudo eu não sinto mais vontade de fazer sexo com ele e ao mesmo tempo não quero traí-lo. Alguma dica?”

Acho que foi Clarisse Lispector que disse: “Ah! Quantas formas de amar!” Esse é um tipo de amor que você vive. Um amor mais amigo que com o passar do tempo transformou-se em fraternidade. Quando isso ocorre o desejo sexual vai diminuindo. Os Gregos chamavam esse tipo de amor de Ágape diferente do amor Eros que tem o desejo da carne, da conquista, do sexo.

Em nossa cultura somos condicionados a viver um para o outro, transformando a união de dois seres diferentes em seres iguais – chamo isso de simbiose. Deixamos de perceber nossas vontades, deixamos de perceber as diferenças, fazemos de nossa parceria um espelho egocêntrico e narcisista, enfim deixamos de trocar com a diferença nos tornando um só. A relação fica com poucas brigas ou até mesmo nenhuma, ficamos especialistas em ceder nossos desejos ou em transformar em nossos os desejos do outro, achando assim que atingimos o paraíso conjugal. Podemos até atingir a paz... Mas, uma paz sem tesão sexual pois este é criado pela falta, pela diferença, pela conquista, pela fome de sentir o outro pelas vias da sensorialidade e não pela via da racionalidade ou amorosidade romântica.

Viver em harmonia é a busca de todo casal, mas precisamos da falta para se ter desejo. Precisamos de certo distanciamento para ver o outro e dessa forma despertamos o desejo de tê-lo, tocá-lo, senti-lo.

Sugiro a leitora que busque uma terapia de casal, para avaliar e pesquisar outras possíveis causas da transformação da relação.

Sugiro férias do casal. Organizem ficarem no mínimo 10 dias sem se verem e se possível sem se falarem. Se tiverem filhos, que se faça um revezamento. Organizem como serão as regras de fidelidade, comunicação, dinheiro, enfim combinados para não ter surpresas que ferem e magoam. Após os 10 dias de cada um deixem as crianças na casa de alguém e saiam para ficarem, pelo menos, 12 horas sozinhos conversando sobre a experiência, dificuldades, saudades, etc.

Sugiro ver filmes românticos e eróticos juntos, irem a motel, e criarem fantasias eróticas mesmo que não a realizem. Pensar no outro eroticamente, mandar mensagens, enfim estimular o cérebro com informações sexuais com o seu parceiro. Se quiserem viver as fantasias pensadas que seja de comum acordo.

Se de tudo não der certo e a falta de desejo perdurar, há que se fazer escolhas:  viver como estão sob novas regras de fidelidade, viver no faz de conta que tudo está ótimo ou serem amigos suficientes para romper a relação e cada um torcer pela felicidade do outro mesmo que seja com outra pessoa.  Não é simples nem fácil, mas possível e realmente amoroso.

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