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carlosboechat2013

IMATURIDADE SEXUAL

Na vida, quando nos entregamos às possibilidades elas nos brindam com presentes e prêmios sem preço.No sábado passado, em jantar com amigos, fui presenteado com a presença da jornalista Jeanne Bilich, que além de uma mulher cativante, tem uma cultura e um portfólio de causos que nos leva a risos e inquietações profundas quando o debate versa sobre a essência das pessoas.  Dentre tantas ideias compartilhadas, conversamos sobre a infantilização dos adultos. Não poderei explanar todo o teor da conversa até porque a Jeanne é uma biblioteca ambulante e eu não estava com papel e lápis para anotar todas as indicações de livros e filmes que fomentava o assunto.


Vivemos em uma época que a tecnologia nos facilita conversar com amigos em outros países, comprar livros em sebos sem sair de casa, futricar a vida alheia com autorização de todos e a magia de ter mais de 500 amigos que nem conhecemos. Cria-se uma atmosfera que podemos tudo. Desejamos e temos sem poder esperar como crianças que querem o sorvete antes do almoço e ao gritar por isso consegue seu intento.Estamos desaprendendo a sentir dor e falta e são exatamente essas coisas que fazem a diferença para a escolha. Têm-se tudo, como podemos saber o que queremos? Se ao apertar um botão temos sexo para quê conquistar e lutar para fazer amor?


Parece que livros e filmes de Ficção Científica de décadas passadas são a nossa realidade. As mídias, novelas e filmes ditam o que queremos o que necessitamos assim não precisamos nos preocupar com desejos e dedicamos nosso tempo em produzir e a ganhar dinheiro para comprar os desejos que não são nossos. E assim a roda da vida  roda...roda...A sexualidade não fica atrás. Temos o padrão do homem e da mulher que devem ser interessantes, que são bonitos, que servem para mim. Padrão esse ditado muitas vezes por grupos que não sabem amar e que o belo é um cabide humano com tecido pendurado.


O sexo como produção sem importar com quem se faz, mas sim a quantidade e o padrão de quem eu faço. Sempre fizemos sexo, mas nunca tivemos tanto medo em ser avaliado, em não ir bem "como todo mundo", enfim em ser igual a alguma coisa desconhecida.

Se a mulher não tem o corpo das revistas sente-se tímida em nudez à luz, se ele não consegue ter dois ou mais orgasmos na mesma “transa” inferioriza-se e parte em busca de químicos que o transforma em algo que ele nem sabe se quer ser ....e assim a vida vai.


Creio que precisamos entender que somos diferentes, amamos, transamos, gozamos de uma forma própria, nunca igual. Não tem profissional da sexologia que possa dizer como fazer melhor. Podemos mostrar que seu caminho interior é o seu processo de cura e de ser o melhor na cama. O melhor para você e não o melhor do que alguém...Precisamos aceitar que não conseguimos fazer determinadas coisas e isso não significa incapacidade, simplesmente somos assim.


Precisamos aceitar que gostamos de coisas que outros não gostam e isso não nos faz diferente, simplesmente temos um sabor e uma percepção do mundo bem nossa.

Nossa pele sente coisas que outras não sentem. A percepção de um beijo nos leva às alturas, não porque o filme nos disse isso, mas porque nos entregamos à sensação maravilhosa que nossos lábios produzem. Quando na compulsão de abraços, de beijos, de pele que acariciam, os encontros genitais nos plugam em uma sensação cósmica, intensa própria de cada um, esperando apenas a entrega, o toque na alma alheia, a certeza do mergulho... o resto é teoria que mais atrapalha que ajuda.


Então, leitores amigos, sofrer por amor, por perda, por falta nos faz ir à luta na busca, na certeza do desejo e na incerteza da conquista. É assim! E isso nos amadurece para o encontro de nós mesmos e assim consecutivamente do outro que está na mesma procura. Temos que sofrer para amadurecer? Faz parte! O sofrer está intrínseco na busca do novo, na descoberta do ser.


O sofrimento não existe por si ele é a resposta de algo que fizemos e que não estávamos prontos, de que estávamos aprendendo. Não é sofrimento - coisas da aprendizagem. E qual o problema de sofrer? Coisas de humanos... 

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